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Você está solteiro? Saiba como estão os relacionamentos no DF no dia do solteiro

Por Carolina Cruz, G1 DF

Adaptações: Alexandre Torres

Guará News

Par de alianças — Foto: Pixabay

Par de alianças — Foto: Pixabay

Em 14 anos, o número de solteiros no Distrito Federal passou de 606,8 mil para 1,1 milhão, de acordo com dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).

Em 2004, na primeira edição do estudo, pessoas fora de um relacionamento eram 39,5% da população com mais de 14 anos. Esse total chegou a 48,2% em 2018, no mais recente levantamento.

No Dia dos Solteiros, comemorado neste domingo (15), especialistas ouvidas pelo redação explicam que a valorização do autodesenvolvimento está entre os aspectos que influenciaram a mudança no comportamento ao longo dos anos (saiba mais abaixo).

É o caso do morador de Ceilândia Kelson Miranda, de 28 anos. Após um relacionamento de oito anos, o jovem afirma que se sente bem sozinho e está focando em projetos pessoais.

“Decidi ficar solteiro para me entender mais, amadurecer, focar no crescimento profissional, me priorizar mesmo nesta fase”, conta Kelson.

 

Diferente dos pais quando tinham essa idade, Kelson, que trabalha como criador de conteúdo, ainda mora com a família e afirma que não está nos planos se mudar e começar uma vida a dois. “Eu ajudo muito a minha família, somos muito unidos, não tenho pressa nenhuma de ficar longe deles”, conta.

Solteirice após divórcio

 

Já a servidora pública Alessandra Bevilaqua, de 48 anos, está solteira após um longo casamento, do qual teve um filho, hoje com 25 anos. Ao G1, ela diz que não idealizar relacionamentos perfeitos a fez entender que “nem tudo é eterno”.

“Sou filha de pais separados.Todo esse encantamento que é criado pelas histórias de princesas, ‘felizes para sempre’, não existe”, afirma a servidora.

 

Alessandra Bevilaqua, de 48 anos, servidora pública, é moradora de Águas Claras — Foto: Arquivo pessoal

Alessandra Bevilaqua, de 48 anos, servidora pública, é moradora de Águas Claras — Foto: Arquivo pessoal

Alessandra faz parte de um grupo cada vez maior. Em 2004, as pessoas divorciadas representavam 3,4% da população do DF com mais de 14 anos, ou seja, 52,1 mil pessoas separadas, segundo dados da Codeplan. No mais recente levantamento, em 2018, essa proporção saltou para 5%, chegando a 116,4 mil jovens e adultos.

A servidora, que mora em Águas Claras, conta que se casou muito cedo com uma pessoa que conheceu ainda aos 14 anos de idade. “Chegamos a um ponto em que nossas histórias já não se conversavam”, explica.

Após alguns relacionamentos, Alessandra se mantém solteira há cerca de três anos e conta que alguns critérios que criou a fez mais seletiva.

“Nessa idade, já sei o que estou buscando, sei qual é o meu limite. Eu não preciso estar sempre com alguém para me sentir amada, é preciso olhar no espelho e gostar do que estou vendo”, diz.

 

Apesar de garantir estar bem consigo mesma, Alessandra não descarta novos relacionamentos, mas de um jeito diferente.

“Eu não sei se quero esse casamento formal, mas quero ainda encontrar alguém com quem dividir o meu copo de dentadura”, brinca.

 

A servidora, que mora em Águas Claras, conta que se casou muito cedo com uma pessoa que conheceu ainda aos 14 anos de idade. “Chegamos a um ponto em que nossas histórias já não se conversavam”, explica.

Após alguns relacionamentos, Alessandra se mantém solteira há cerca de três anos e conta que alguns critérios que criou a fez mais seletiva.

“Nessa idade, já sei o que estou buscando, sei qual é o meu limite. Eu não preciso estar sempre com alguém para me sentir amada, é preciso olhar no espelho e gostar do que estou vendo”, diz.

 

Apesar de garantir estar bem consigo mesma, Alessandra não descarta novos relacionamentos, mas de um jeito diferente.

“Eu não sei se quero esse casamento formal, mas quero ainda encontrar alguém com quem dividir o meu copo de dentadura”, brinca.

Envelhecer sozinho

 

A solteirice também está maior entre idosos. Em 2011, apenas 7,3% das pessoas com mais de 60 anos eram solteiras – um número que não considera aqueles que são viúvos. Já em 2018, esse índice passou a ser de 12%, de acordo com a Codeplan.

No mesmo período, de 2011 a 2018, os divorciados cresceram de 8,2%para 12,8%, enquanto que os casados diminuíram de 62,3% para 55,5%.

A gerontóloga e psicoterapeuta Lígia Posser destaca que a opção por estar solteiro na velhice envolve tabus da geração.

“Um dos maiores problemas são os familiares. Podem ser os netos, questionando ‘o vovô ou a vovó estão namorando? Que horror!’ Não aceitam. Se é viúva, ‘será que ela já esqueceu do vovô?’ “, exemplifica.

 

Ao mesmo tempo, a especialista também destaca os casos de idosos que escolhem estar sozinhos, sem influências familiares. “Tem quem não quer estar em um relacionamento, faz amigos, quer viajar, passear. O idoso é livre, pode ter uma nova perspectiva de vida e um novo olhar para essa vida”, conta.

'Solitude': animação brasileira fala sobre busca pelo autoconhecimento  — Foto: Tami Martins/Arquivo Pessoal

‘Solitude’: animação brasileira fala sobre busca pelo autoconhecimento — Foto: Tami Martins/Arquivo Pessoal

Solitude

 

A psicóloga Renata Gomez pontua mudanças entre gerações que são possíveis de observar no consultório, no atendimento de pessoas de diversas idades.

“Hoje em dia, por exemplo, as mulheres estão pensando mais na questão profissional, não só na questão familiar. Estamos vivendo em um mundo muito ansioso, e para se ter um relacionamento é preciso dedicar um tempo, e nem sempre vemos isso”, afirma a psicóloga.

 

A especialista alerta que estar sozinho pode provocar duas situações, que devem ser observadas. “A solitude é o prazer de estar em sua própria companhia. Enquanto a solidão é algo que nos prejudica. Vai muito de cada um e seu estilo de vida”, afirma.

Gomez destaca ainda que a busca por ficar bem consigo mesmo pode ser uma das características dos solteiros, mas não deve ser exclusiva deles.

“O autoconhecimento e a autoestima são importantes independentemente do status de relacionamento, e é possível buscá-los nas duas situações”, afirma.

 

Dia do Solteiro

 

O Dia do Solteiro é comemorado anualmente em 15 de agosto. A origem da data, entretanto, é desconhecida no Brasil.

Na China, desde 1993, os solteiros celebram no dia 11 de novembro. Eles dizem que o número 1, que prevalece na data, é sozinho e representaria a pessoa livre, leve e solta.