Pular para o conteúdo
Início » Triste realidade. No DF, 124 mil jovens de 15 a 29 anos não trabalham e nem estudam, diz IBGE

Triste realidade. No DF, 124 mil jovens de 15 a 29 anos não trabalham e nem estudam, diz IBGE

Por Carolina Cruz, G1 DF

 


Marcello Casal/Agência Brasília — Foto: Carteira de trabalho, em imagem de arquivo

Marcello Casal/Agência Brasília — Foto: Carteira de trabalho, em imagem de arquivo

Os dados fazem parte de um recorte regional inédito da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Educação, divulgada nesta semana, com base em dados do ano passado. Esta é a primeira vez que o levantamento divulga um panorama das unidades da federação. Antes, eram analisados apenas números por região.

O estudo considera pessoas que estão fora do mercado de trabalho em qualquer modalidade, inclusive sem emprego informal. No ensino, eles também não frequentam nenhum tipo de curso como pré-vestibular e profissionalizante.

De acordo com a pesquisa, o DF possui a terceira menor taxa de “jovens nem-nem” em todo o país. A capital fica atrás do Rio Grande do Sul, que tem taxa de 14,2% (335 mil pessoas) e Santa Catarina, com 12,7% (194 mil jovens). O índice nacional é de 22,1%. Alagoas lidera o ranking.

Veja ranking abaixo:

  • Alagoas: 34,1
  • Maranhão: 33,2
  • Pernambuco: 29,9
  • Acre: 29
  • Paraíba: 27,9
  • Pará: 26,4
  • Sergipe: 26,2
  • Ceará: 26
  • Piauí: 25,9
  • Amapá: 25,8
  • Roraima: 25,8
  • Amazonas: 25,6
  • Bahia: 25,5
  • Rio Grande do Norte: 25,4
  • Rio de Janeiro: 23,4
  • Tocantins: 22,2
  • Rondônia: 20,9
  • São Paulo: 20,2
  • Goiás: 19
  • Mato Grosso do Sul: 18,3
  • Espírito Santo: 18,2
  • Minas Gerais: 17,6
  • Paraná: 17,5
  • Mato Grosso: 17,5
  • Distrito Federal: 17,3
  • Rio Grande do Sul: 14,2
  • Santa Catarina: 12,7

Mulheres são maioria

A analista Michella Reis, do IBGE, explica que diversos fatores podem influenciar na taxa de jovens sem uma ocupação, como trabalho e estudo.

“Quando a gente fala que 17,3% dos jovens não trabalham e não estudam, não significa que não desejam trabalhar ou estudar. Uma das possibilidades mais comuns é o cuidado de pessoas e atividades domésticas, que é uma outra forma de trabalho, que não é remunerada”, disse.

A analista explica ainda que a maior parte de jovens nessa situação é formada por mulheres (21,1%). Veja o recorte por gênero e cor:

  • Negros: 19,2%
  • Brancos:14,4%
  • Homens: 13,4%
  • Mulheres: 21,1%

Ainda de acordo com a analista, “quanto mais jovem, maior pode ser a dificuldade em conseguir emprego”.

“Em geral, é mais difícil para o jovem conseguir emprego, seja porque ainda não tem muita experiência ou a empresa também entende que isso gera um custo maior, porque precisa capacitá-lo”, afirma.

Michella comenta ainda que, dentro do grupo dos chamados jovens “nem-nem”, há a população “em situação de desalento”. “Nós chamamos de desalentados aqueles que procuraram por emprego, mas não conseguiram e então, param de buscar”.

Neste ano, o mais recente levantamento da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), com dados de maio, estima que a taxa de desemprego no DF, em todas as faixas etárias, é de 21,3%. Ou seja, afeta 315 mil pessoas – acima do observado em maio de 2019, quando o total era de 333 mil desempregados (19,4%).