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Empresas “laranjas” no mundo do crime, PCDF investiga facção Comboio do Cão no DF

Empresas “laranjas” no mundo do crime, PCDF investiga facção Comboio do Cão no DF

Guará DF, 25 de abril de 2024

Redação Guará News

Alexandre Torres

Comboio do Cão, de origem local, é considerada responsável por uma série de crimes em diversas regiões da capital do país, principalmente nas chamadas “guerras de facções” pelo controle de territórios e pontos de tráfico de drogas.

A ação tem como alvo desestruturar esquema que envolve empresas usadas para lavar dinheiro, além do transporte logístico de drogas e armas

A facção criminosa Comboio do Cão (CDC) é alvo de uma operação deflagrada nas primeiras horas desta quinta-feira (25/4), pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A segunda fase da ação Shot Caller atinge o patrimônio e a estrutura financeira da organização com objetivo de enfraquecer as operações do bando, que contam com o uso de empresas para a lavagem de dinheiro e o transporte logístico de drogas e arma.

Ao todo, são cumpridos seis mandados de busca e apreensão e de sequestro judicial de patrimônio, além do bloqueio de contas bancárias movimentadas pelos criminosos. Os mandados são cumpridos em Planaltina, Ceilândia, Taguatinga e em Planaltina de Goiás, Entorno do DF.

A ação é desdobramento da primeira fase da operação, ocorrida em 28 de novembro de 2023. À época, 18 criminosos foram presos e 33 mandados de busca e apreensão, cumpridos. O objetivo era desestruturar as atividades da facção, cujos integrantes estão envolvidos em diversos homicídios na capital federal.

Consórcio de drogas

Nesta segunda fase da operação, os investigadores apuram o envolvimento da facção em atividades de tráfico de drogas e, principalmente, na lavagem de dinheiro. A organização, segundo as apurações da delegacia vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), possui alto nível de sofisticação na gestão de rotas próprias para o transporte de drogas e armamento, diretamente de cidades brasileiras que fazem fronteira com o Paraguai.

As apurações da Draco apontam que 6,5 toneladas de maconha apreendidas em 22 de janeiro de 2023 pela Coordenação de Repressão das Drogas (Cord), em colaboração com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram adquiridas por meio de um consórcio organizado por membros da facção, evidenciando a estrutura complexa e bem articulada da rede criminosa.

Na operação desta quinta, agora com foco no patrimônio do Comboio do Cão, o alvo é desmantelar as empresas supostamente usadas para lavar o dinheiro amealhado pela facção. Entre elas estão uma construtora e uma transportadora localizadas em Planaltina de Goiás, cujas contas bancárias foram usadas para o repasse de valores e aquisição de carregamentos de drogas.

Tabacaria do crime

Além disso, contas bancárias de uma tabacaria e de um supermercado, ambos usados como fachada pelo grupo, também foram alvo de bloqueio judicial. As medidas miram em veículos de luxo adquiridos pelo grupo e valores em contas bancárias, tanto de pessoas físicas quanto de empresas.

Se condenados, os investigados podem responder por tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro realizada por organização criminosa, que podem ultrapassar 30 anos de reclusão.

Carlos CaroneMirelle Pinheiro