União Química recebeu insumos para produção de doses contra Covid-19 e prevê fabricação ainda em janeiro. Ministério da Saúde alerta para necessidade de autorização da agência sanitária.
Por Marília Marques, Michele Mendes e Mara Puljiz, G1 DF e TV Globo
Adaptações: Alexandre Torres
Guará News
Vacina Sputinik V, da Rússia — Foto: Governo de Corrientes/Divulgação
A farmacêutica brasileira União Química – uma das parceiras do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) para produção da vacina Sputnik V no Brasil – informou que as doses contra a Covid-19 vão ser produzidas “ainda em janeiro”, em Brasília, pela Fábrica Bthek.
A reportagem apurou que o imunizante será fracionado e envasado em Guarulhos, no estado de São Paulo. A empresa prevê o fornecimento de até 8 milhões de doses por mês.
Para iniciar a fabricação no Distrito Federal, é preciso autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso emergencial da vacina desenvolvida em Moscou, o que ainda não ocorreu.
Os testes com o imunizante estão na fase 3, na Rússia. Entretanto, o pedido para estudos em humanos no Brasil ainda não foi aprovado. Em nota, a Anvisa informou que iniciou a análise, “mas identificou a necessidade de informações complementares, que foram solicitadas ao laboratório”.
“Não há pedido de uso emergencial ou pedido de registro para a vacina Sputnik V na Anvisa.”
“Até o momento, a União Química não enviou as informações para a Anvisa. O status atual do pedido é ‘aguardando o envio das informações solicitadas na exigência técnica’ “, diz trecho do comunicado.
O que diz o Ministério da Saúde
Questionado pela reportagem sobre o processo de produção da Sputinik V no Brasil, o Ministério da Saúde informou que, atualmente, a pasta acompanha o estudo de 212 vacinas no mundo, sendo 48 em estudos clínicos e 164 em estudos pré-clínicos.
O ministério alertou ainda para a necessidade de aprovação da Anvisa antes da aquisição dos imunizantes, “que poderá ser feita à medida em que os ensaios clínicos apontarem a eficácia e a segurança das doses“.
Sputinik V
A Sputnik V é a mesma vacina que começou a ser aplicada na Argentina e em Belarus. O imunizante foi o primeiro a ser registrada no mundo contra a Covid-19, em agosto.
Foto distribuída pela presidência argentina mostra primeiras doses da vacina Sputnik V, desenvolvida pela Rússia contra a Covid-19, chegando ao Aeroporto Internacional de Ezeiza, nos arredores de Buenos Aires, no dia 24 de dezembro. — Foto: Esteban Collazo / Argentina’s Presidency Press Office / AFP