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Pedido de prisão. Fraudes em certificados de armas por militares do Exército

Corporação investiga caso

Por Rodrigo Serpa, TV Globo

 

Guará News

Militares do Exército são presos suspeitos de fraudar certificados de armas para caçadores — Foto: PCDF/Divulgação

Militares do Exército são presos suspeitos de fraudar certificados de armas para caçadores — Foto: PCDF/Divulgação

Militares do Exército Brasileiro, presos na terça-feira (26) por fraudar documentos de posse e porte de arma de fogo, são acusados pelo Ministério Público Militar (MPM) de promover caçadas ilegais. Tivemos acesso ao pedido de prisão dos suspeitos, que mostra detalhes do esquema.

“Indiscriminadamente e de forma absolutamente ilegal, os indivíduos promovem caçadas ilícitas, maculando espécies protegidas da fauna brasileira”.

 

Além disso, conversas interceptadas pela Polícia Civil mostram que os suspeitos se gabavam de usar armamento pesado nas caçadas. Alguns deles sem registro, como rifles e revólveres de alto calibre.

Após as prisões, o Exército informou que “não compactua com práticas irregulares entre seus quadros” e que, “desde os primeiros indícios de atividade ilícita”, instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM), no Comando Militar do Planalto.

Investigação

 

De acordo com a investigação, os militares facilitavam a aquisição do Certificado de Registro de Arma de Fogo a Caçadores (CACs). Esse documento é emitido pelo Exército e foi fraudado pelos participantes do esquema.

Ainda segundo as investigações, o grupo era composto por militares do Exército Brasileiro que eram integrantes do Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados de algumas Organizações Militares. As fraudes ocorriam no DF, Goiás, Pará e Tocantins, mas a polícia informou que ainda vai apurar o número de certificados que teriam sido forjados.

De acordo com a Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais da Polícia Civil, a organização criminosa “era paga por pessoas para colocar informações falsas na concessão de certificados de registro e concessão de registro de arma de fogo de CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores)”.

Dessa forma, segundo a Polícia Civil, o esquema concedia o registro para quem não preenchia os pré-requisitos. A investigação apontou que, ao todo, 18 pessoas faziam parte do grupo que facilitava a posse, porte e comercialização clandestina de armas no DF e em Goiás para criminosos.

Os investigadores informaram que foram identificados compradores do certificado e que eles também devem responder criminalmente. Ao todo, os policiais apreenderam 70 armas de fogo e milhares de munições. Todo material será analisado pela Justiça.