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DF completa 100 dias sem chuva com alerta de perigo potencial de baixa umidade

Por G1 DF

 

Guará News

Vista do amanhecer com céu sem nuvens na Torre de TV, em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução

Vista do amanhecer com céu sem nuvens na Torre de TV, em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução

O Distrito Federal completa nesta quarta-feira (2) o total de 100 dias consecutivos sem chuva. Com a estiagem. o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de perigo potencial de baixa umidade. Os índices devem variar entre 30% e 20%.

Para os meteorologistas, a precipitação que ocorreu em agosto não entra nos registros do instituto. A previsão é de que a estiagem deve durar pelas próximas quatro semanas. A temporada de chuvas começa em outubro.

Nesta quarta, a temperatura máxima prevista é de 28ºC. No amanhecer, por volta das 6h, os termômetros da capital marcavam 16ºC, e a umidade do ar era de 59%.

Primavera e seca

De acordo com o meteorologista do Inmet Heráclio Alves, o mês de setembro costuma ser o período com a umidade mais baixa do ano, por ser um período de transição, com a chegada da primavera, no próximo dia 22.

“O normal é que na segunda quinzena as chuvas comecem. Não em volume suficiente para acabar com o clima seco, mas já abrindo a temporada de chuvas, que começa de verdade em outubro.”

Seca no Distrito Federal — Foto: Defesa Civil / Divulgação

Mesmo considerado o mês mais crítico da seca, a média de chuva no mês de setembro é de 46,6 milímetros, enquanto em agosto, a média é de 24,1 milímetros. “Quando a estação seca vai embora, aparecem os extremos: a umidade cai muito e a temperatura se eleva”, explica.

Nível dos reservatórios

O nível do reservatório do Descoberto caiu de 97,7% no início de agosto para 90,7% na mais recente medição, nesta terça-feira (1º). O volume baixa a cada dia desde 9 de julho, quando marcava 100%.

Já a bacia de Santa Maria passou de 98.9% para 96.7% da capacidade nos últimos 30 dias.

Reservatório do Descoberto atingiu a capacidade máxima de armazenamento de água  — Foto: TV Globo/Reprodução

Reservatório do Descoberto atingiu a capacidade máxima de armazenamento de água — Foto: TV Globo/Reprodução

Os reservatórios estão com nível acima do previsto na curva de referência da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), que monitora a vazão.

Os reservatórios estão com nível acima do previsto na curva de referência da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), que monitora a vazão.

Estima-se que os menores índices do ano sejam registrados em novembro. Com 57% para o Descoberto e 78% na bacia de Santa Maria.

Queimadas

Neste ano, entre janeiro e agosto, foram registrados 21.460 focos de queimadas no Cerrado, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Apenas no DF, segundo o Corpo de Bombeiros, foram incendiados mais de 6,9 mil hectares de Cerrado neste ano. Destes, 4,9 mil ocorreram apenas no mês de agosto. Desde janeiro, foram registradas 3.912 ocorrências de incêndios florestais.

De acordo com o professor e pesquisador de ecologia e turismo da Universidade de Brasília (UnB), André Cunha, a incidência de fogo no Cerrado “é um evento natural que evoluiu junto com o bioma há centenas de milhares de anos”.

“No fim da temporada de chuvas – e também no início dela – muitas queimadas são provocadas pela queda de raios.”

Mas o pesquisador aponta que as queimadas naturais não são tão severas quanto as queimadas criminosas. “As naturais ocorrem quando a umidade nas plantas ajuda a diminuir o alcance do fogo. Já as labaredas provocadas pelo homem, além de devastar a fauna e a flora, afetam o turismo e o comércio local, assim como a saúde da população”, afirma André Cunha.