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Celular e exames de 38ª vítima de Covid-19 somem do Hran, denuncia esposa

Celular e exames de 38ª vítima de Covid-19 somem do Hran, denuncia esposa

A mulher de Duyan Rangel de Oliveira Kubitschek tentou reaver os pertences do marido e foi informada que tudo havia desaparecido

ATUALIZADO 10/05/2020 9:04
O celular e diversos exames realizados por Duyan Rangel de Oliveira Kubitschek, 34 anos, a 38ª vítima de coronavírus no Distrito Federal, sumiram dentro do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Ele era morador do Recanto das Emas e morreu nessa quinta-feira (07/05).Conforme conta a esposa de Duyan, Fabiana Natália Ferreira Kubitschek, 34, o marido deu entrada na unidade referência no combate à Covid-19 na quarta-feira (06/05). Uma vez que a família não poderia mais encontrá-lo pessoalmente, foi autorizado que ele ingressasse com o telefone e carregadores. “A última vez que falei com Duyan foi na quarta à noite. Depois disso, ele foi entubado e morreu no dia seguinte”, lamenta Fabiana.Nessa sexta (08/05), a mulher voltou ao Hran para fazer o reconhecimento do corpo. Além de pegar os documentos relacionados à morte, ela pediu o celular e exames. “O pessoal da recepção ligou e disse que em 10 minutos trariam. Esses minutos se transformaram em uma hora e, depois, disseram que não tinham localizado nada”, indigna-se.

Sem o telefone do esposo, Fabiana não terá acesso a informações importantes, como dados bancários e senhas. Além disso, várias fotos de família estavam apenas no aparelho dele. “Tudo que seria de recordação a gente vai perder. Eles deveriam ter um lugar lá para guardar essas coisas. Pelo menos é o que eu imaginava”, lamenta.

Evolução da doença

Duyan começou a se sentir mal no dia 26 de abril. Com sintomas bem leves, a esposa conta que ele tomou um antigripal e voltou a ficar bem, inclusive trabalhando por mais dois dias. “Na quinta daquela semana, no entanto, ele passou muito mal. Marcamos de fazer o teste rápido e deu negativo para nós dois, mas, ainda assim, tinha algo estranho”, lembra.

O homem voltou a ficar debilitado e com dificuldades de respirar. O casal, então, foi atrás de um exame mais detalhado. O resultado mostrou alteração no pulmão. “Fizemos outro teste que demora mais para sair o resultado e, na quarta de madrugada, descobrimos que havia dado positivo”, conta. No mesmo dia, Duyan foi levado ao Hran, onde deu entrada pelo pronto-socorro.

Agora, além de enfrentar o luto pela perda repentina do marido, Fabiana procura entender como bens pessoais sumiram dentro de um hospital público.

Procurada, a Secretaria de Saúde não havia comentado o sumiço dos pertences de Duyan até a última atualização deste texto.

Adaptações: Alexandre Torres

Guará News