Ao todo, o Corpo de Bombeiros foi acionado 7.915 vezes para combate a incêndios na capital. Área consumida pelas chamas é maior dos últimos oito anos.
Por Walder Galvão, G1 DF
Bombeiros combatem incêndio no Distrito Federal, em imagem de arquivo — Foto: Corpo de Bombeiros do DF/Divulgação
No ano em que queimadas deixaram um rastro de destruição na Amazônia e no Pantanal, o Distrito Federal também sofreu com os incêndios florestais. Brasília registrou, em 2020, a maior área consumida pelas chamas nos últimos oito anos.
De acordo com dados do Corpo de Bombeiros, o fogo destruiu 27.666,71 hectares de cerrado, entre janeiro e novembro deste ano. O número é o maior desde 2012, quando as chamas atingiram 8.222,04 hectares.
Apesar do aumento do total incendiado, o número de ocorrências registradas pelos bombeiros caiu. Este ano, os militares atenderam 7.915 chamados para combater incêndios na capital. Em 2019, foram 10.273 ocorrências dessa natureza, ou seja, houve uma redução de 29,9%.
Fogo em veículos
Em uma das ocorrências atendidas pelos militares, o fogo, que começou na vegetação, atingiu um depósito de veículos da Polícia Civil, localizado em Sobradinho. Cerca de 30 veículos foram consumidos pelas chamas (veja foto abaixo).
Incêndio destrói carros em depósito da Polícia Civil do DF — Foto: Corpo de Bombeiros/Reprodução
Bombeiros do DF foram enviados para combater incêndio no Pantanal — Foto: CBMDF/Divulgação
Em 13 de abril, devido às queimadas, o governador Ibaneis Rocha (MDB) decretou “estado de emergência ambiental”, entre abril e novembro deste ano. O decreto previa adoção de medidas necessárias para prevenir e minimizar a ocorrência e os efeitos dos incêndios florestais na capital.
A partir da medida, a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e outros órgãos públicos puderam fazer compras emergenciais, sem licitação, para combater as queimadas.
Apesar da situação da capital, o Corpo de Bombeiros do DF também contribuiu no combate a incêndios em outra unidade da federação. Em outubro, 50 militares de Brasília foram enviados ao Mato Grosso do Sul, para ajudar a apagar as queimadas no Pantanal.
Subsistema Produtor de Água Bananal, no Distrito Federal — Foto: Dênio Simões/Agência Brasília
Em outros setores relacionados ao meio ambiente, o DF se destacou. A capital teve a maior taxa de saneamento básico do país, segundo levantamento do Instituto Trata Brasil. De acordo com o estudo, 99% da população de Brasília têm água potável e 89%, tratamento de esgoto.
A pesquisa tem como base dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), gerenciado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. As informações, no entanto, não consideram as áreas não regularizadas na capital.
Segundo o levantamento, a capital federal é uma das três unidades da federação que apresentam condições de atingir as metas do Plano de Saneamento Básico (Plansab). O documento, de 2013, estabelece patamares mínimos de investimentos necessários para o abastecimento.
Além do DF, o pequeno grupo com avaliação positiva é formado por São Paulo e Paraná. De acordo com os dados do SNIS, o Distrito Federal investiu, entre 2014 e 2018, cerca de R$ 1,2 bilhão em serviços de saneamento.
Abastecimento
Reservatório de Santa Maria, no Distrito Federal, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Reprodução
De acordo com monitoramento da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal, o reservatório do Descoberto, responsável por abastecer cerca de 70% da população da capital, estava com 81,6% da capacidade total até este domingo (27). A estimativa do órgão era de que o nível estivesse em 62%.
A bacia de Santa Maria também está com capacidade acima da média. Segundo a Adasa, 93,2% do reservatório está cheio neste domingo, sendo que o valor de referência para esta data é de 82%.
Para manter os níveis em alta, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) planeja entregar o Sistema Produtor de Corumbá, conhecido como Corumbá IV, no primeiro trimestre do ano que vem. O sistema será responsável por abastecer a capital e municípios de Goiás.
Entretanto, as obras sofrem consecutivos atrasos. Segundo a Caesb, 96% do sistema está pronto. A empresa não informou quando está previsto o início das operações.