Secretário de Saúde diz que DF enfrenta ‘platô’ e ‘fase crítica’ da pandemia de coronavírus
Capital registra 1.905 mortes por Covid-19; mais da metade foi confirmada nos últimos 30 dias. São 131,1 mil infectados.
Por Carolina Cruz, G1 DF
Adaptações: Alexandre Torres
Guará News
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Secretário de Saúde Francisco Araújo diz que DF enfrenta ‘platô’
O secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, afirmou nesta sexta-feira (14) que a capital está “na fase crítica da pandemia”, classificada por especialistas como “platô”. Ele pediu a colaboração da população para medidas de prevenção contra o novo coronavírus em vídeo divulgado em suas redes sociais (veja acima).
“É fundamental que a população, agora, comece a fazer mais ainda a sua parte. O uso do álcool em gel, o uso da máscara, do distanciamento social para que, com isso, você proteja o bem maior que você tem, que é a sua vida e a vida do próximo também.”
O platô ocorre quando existe uma situação de pico de contágio do vírus, e a condição se mantém no mesmo patamar por vários dias, até a diminuição do número de novos casos e mortes por Covid-19.
Secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, em coletiva de imprensa realizada em julho de 2020 — Foto: Renato Alves/Agência Brasília
Ao postar o apelo, o secretário pediu ainda que “todos sigam prudentes nesses próximos dias e meses” e afirmou que “todos podemos e devemos ser uma espécie de barreira para a não propagação do vírus”.
A Secretaria de Saúde registrou 1.905 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia. Entre os óbitos, mais da metade (1.003) foi confirmado nos últimos 30 dias.
A média móvel do registro de vítimas do coronavírus no DF – total de casos nos últimos sete dias, dividido por sete – calculada nesta quinta-feira (13), apontou 36 mortes por dia, o que representa um aumento de 12,5% em relação ao número registrado há duas semanas. Especialistas entendem que quando a variação é de até 15%, há estabilidade dos altos registros.
Apesar do aumento dos casos, o governo do DF mantém a ampliação de serviços. Nesta semana, um decreto liberou a participação de idosos em missas e cultos em templos e igrejas (saiba mais abaixo).
Coronavírus por região
Com relação às regiões do Distrito Federal, Ceilândia – cidade mais populosa da capital – registra a situação mais grave. Até o início da noite desta quinta (13), a Secretaria de Saúde registrava 16.257 casos e 362 mortes. Veja tabela completa abaixo:
Casos de coronavírus por região do DF, em 13 de agosto — Foto: SES-DF/Reprodução
Ocupação de leitos de Covid-19
Até o início da noite desta quinta-feira, o portal do governo do DF que monitora a ocupação dos hospitais durante a pandemia mostrava que apenas 29, das 284 vagas reservadas para pacientes com Covid-19 na rede privada, estavam disponíveis. A taxa de ocupação era de 90,25%.
Na manhã desta sexta-feira (14), às 5h48, a taxa de ocupação dos leitos de UTI na rede pública era de 88,1%. De acordo com os dados da secretaria, havia 215 leitos ocupados, 29 vagos e 63 bloqueados.
A atualização do decreto retirou pessoas com mais de 60 anos do grupo sem permissão de acessar os estabelecimentos religiosos. Gestantes, que também estavam proibidas de ir – por compor grupo de risco – foram removidas da lista de restrições do decreto.
Nesta sexta-feira (14), o governador Ibaneis Rocha (MDB) liberou a realização de cultos, missas e rituais em todas as igrejas, templos e locais religiosos do DF. A medida retira a restrição a locais com capacidade inferior a 200 pessoas.
O texto, no entanto, mantém a restrição do acesso para crianças menores de 12 anos e a pessoas com comorbidades – ou seja, doenças que podem agravar o quadro clínico dos infectados pelo novo coronavírus.
No último mês, academias, salões de beleza, bares e restaurantesretomaram as atividades, com recomendação de medidas sanitárias como distanciamento, uso de máscara, aferição de temperatura e reforço na limpeza.