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Quem é o serial killer do DF que confessou ter matado Letícia e Genir?

Quem é o serial killer do DF que confessou ter matado Letícia e Genir?

Marinésio Olinto foi preso dois dias após o desaparecimento de Letícia. Polícia investiga ligação do cozinheiro com outras ocorrências

Andre Borges/Especial para o MetrópolesANDRE BORGES – foto

om 1,60 m de altura e fala mansa, o cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto, 41, chocou o Distrito Federal ao confessar, nessa segunda-feira (26/08/2019), os assassinatos de Letícia Sousa Curado, 26, e Genir Pereira de Sousa, 47. Letícia foi morta na última sexta (23/08/2019); Genir perdeu a vida em 12 de junho deste ano.

Após Marinésio ser preso nessa segunda-feira, uma jovem de 23 anos o reconheceu na 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina) e afirmou aos policiais ter conseguido fugir dele, em 11 de agosto. Os investigadores agora apuram se há ligação entre Marinésio e outras ocorrências, como o desaparecimento de pelo menos mais duas mulheres.

Marinésio trabalhava como funcionário terceirizado em um supermercado do Lago Norte e não possuía antecedentes criminais. Ele é casado e tem uma filha de 16 anos. A família mora no Vale do Amanhecer, localidade próxima ao local do crime mais recente.

Depois de matá-las, Marinésio pegou pertences de Letícia e Genir. Para investigadores da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), tratam-se de “troféus” pelos crimes cometidos. No porta-luvas do carro dele, uma Blazer prata de placa JFZ 3420-DF, estava uma bolsa com fichário e material escolar, além de um relógio – objetos pessoais de Letícia.

O celular da advogada estava atrás do banco do veículo. A bolsa de Genir, segundo a delegada-chefe da 6ª DP, Jane Klébia, também foi levada por Marinésio, mas ainda permanece sumida.

Policiais da 6ª Delegacia de Polícia e da Divisão de Repressão ao Sequestro (DRS) mapearam os casos em aberto com o mesmo modus operandi ocorridos na Saída Norte do Distrito Federal. As vítimas foram abordadas em paradas de ônibus ou a caminho dos abrigos para esperar coletivos, entraram no carro achando que se tratava de transporte pirata, então desapareceram.

Preso, o cozinheiro deu declarações à imprensa nessa segunda-feira (26/08/2019), horas após o corpo de Letícia ser encontrado. Marinésio disse que quer despertar “raiva” e citou a família. “Perdão. Eu quero que vocês tenham raiva de mim, mas essa família que eu tenho não merece essa pessoa que eu sou”, afirmou. Aparentando frieza, completou: “Só peço desculpas para todos. Minha família não merecia estar passando por isso. Vou pagar o que eu fiz”.

Letícia

Familiares sentiram falta de Letícia na sexta-feira (23/08/2019), após ela não aparecer para um almoço combinado com a mãe às 12h. Ela foi sozinha para a parada de ônibus a fim de pegar um coletivo e seguir ao Ministério da Educação (MEC), onde prestava serviço de apoio jurídico como terceirizada.

Marinésio foi preso nesse domingo (25/08/2019), dois dias após o desaparecimento de Letícia. De acordo com fontes policiais, o suspeito levou os investigadores ao local do crime. O cadáver estaria dentro de uma manilha perto da fábrica de sementes Pioneer, na DF-250. À Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Marinésio supostamente disse que conhecia a vítima de vista. Relatou que parou no ponto de ônibus e ofereceu carona para a jovem até a rodoviária do Paranoá. Ela teria aceitado e, no caminho, o homem teria assediado Letícia, que recusou a investida.

O assassino, então, teria esganado a funcionária do MEC até a morte e escondido o corpo dela às margens de uma estrada que fica na região do Vale do Amanhecer, em Planaltina. Após matar a mulher, confessou ter furtado os pertences pessoais de Letícia, segundo fontes da PCDF.

Por volta das 18h dessa sexta-feira, o professor de educação física Kaio Fonseca, marido de Letícia, foi à 31ª DP para denunciar o desaparecimento. A partir daí, a polícia começou a verificar onde a funcionária do MEC poderia estar. Trabalharam com algumas hipóteses – entre elas, surto psicológico e sequestro.

Segundo o delegado-chefe da 31ª DP, Fabrício Augusto Machado, há a possibilidade de Letícia ter sido abusada sexualmente. “Na carona que deu para ela, Marinésio parou o carro na DF-130 e teria perguntado se havia a possibilidade de os dois terem uma relação sexual, dando início a uma discussão. Ela começou a gritar e, naquele momento, segundo o relato dele, ele a teria esganado.”

Genir

Genir Pereira de Sousa era funcionária de uma pizzaria, e o corpo dela foi encontrado em 12 de junho de 2019. Ela estava desaparecida desde 2 de junho. O cadáver estava em uma área de mata entre o Paranoá, onde ela trabalhava, e Planaltina, onde morava. O desaparecimento de Genir foi comunicado pela patroa dela, após a empresária, dona da referida pizzaria, estranhar as ausências da funcionária.

Em depoimento prestado na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), a mulher disse que, em 15 anos de serviço, Genir nunca tinha faltado ao trabalho e era muito responsável.

No dia anterior ao desaparecimento, Genir trabalhou normalmente na pizzaria e foi embora por volta da meia-noite. Naquela ocasião, ela saiu para tomar cerveja com o namorado, que também é contratado do estabelecimento.

REPRODUÇÃO/FACEBOOKReprodução/Facebook
Genir também foi vítima de Marinésio
Rodoviária do Plano Piloto

Genir passou a noite com o companheiro e, no dia seguinte, por volta das 8h, foi à casa da patroa, pegou alguns objetos pessoais e se dirigiu ao ponto de ônibus para tomar uma condução até o Arapoanga, em Planaltina. Após se dirigir à parada, ela não foi mais vista.

Após encontrar o corpo de Letícia nessa segunda-feira, a Polícia Civil colheu depoimento de uma jovem de 23 anos que afirma ser vítima de Marinésio. Ao reconhecer o agressor na 31ª DP, ela começou a chorar e ficou inconsolável. Segundo relato dela, o cozinheiro a abordou na Rodoviária do Plano Piloto e se apresentou como motorista de transporte pirata – trabalhadores chamados de “loteiros”. A jovem revelou que iria ao Vale do Amanhecer, e o suspeito disse que o local era um dos pontos de sua rota.

No meio do caminho, de acordo com a vítima, o homem a teria assediado e colocado a mão na perna esquerda da jovem. Nesse momento, ele supostamente falou: “Nós não vamos para o Vale, vamos para o Morro da Capelinha”.

A vítima, então, entrou em desespero e ameaçou pular do carro. Chegou a abrir a porta, e Marinésio parou o veículo. Ela aproveitou a oportunidade para descer do automóvel e correr, quando pediu ajuda para um casal em veículo que vinha logo atrás. O caso ocorreu em 11 de agosto deste ano, por volta das 20h.