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PARABÉNS A TODOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM! Fica esta mensagem do presidente do COREN – DF ‘Bom momento para agressores pedirem desculpas’

Por Brenda Ortiz, G1 DF

 


Fachada da 5ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal — Foto: G1 DFFachada da 5ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal — Foto: G1 DF

Fachada da 5ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal — Foto: G1 DF

O presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) Marcos Wesley Feitosa, prestou um depoimento de aproximadamente uma hora, na 5ª Delegacia de Polícia, em Brasília, na manhã desta terça-feira (12). Ele foi um dos chamados para falar sobre as agressões de um grupo de defensores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atrabalhadores da saúde, que faziam uma ato em frente do Palácio do Planalto para simbolizar as mortes pela Covid-19, no dia 1º de maio.

Como 12 de maio é o Dia Internacional da Enfermagem, Feitosa afirmou que “hoje era um bom momento para que os agressores pedissem desculpas aos profissionais de enfermagem”.

Ele disse que, mesmo sendo presidente do Coren, estava prestando um depoimento pessoal. “Hoje eu vim aqui como vítima, porque eu estava no dia do ato, participando”, afirmou. Segundo Feitosa, o ato foi “pacífico, apartidário e silencioso”.

“Nós estávamos ali para homenagear os, até então, 55 profissionais de enfermagem vítimas do coronavírus. Hoje esse número já chega a mais de 80 mortos.”

O presidente do Coren-DF contou que durante o ato, algumas pessoas chegaram e começaram a proferir agressões verbais, como “xingamentos de todo tipo”.

“Nós, naquele momento, mantivemos a nossa postura, silenciosa e pacífica, mas as agressões continuaram.”

Sobre a hipótese de que os enfermeiros que provocaram os acusados da agressão, Marcos Wesley disse que seria impossível qualquer profissional de enfermagem ter começado uma agressão. “Nós somos de uma profissão pacífica. Nós lutamos pela vida e repudiamos toda e qualquer forma de violência, em qualquer seguimento da sociedade”, afirmou.

“Nós já fizemos a nossa parte. Já notificamos as autoridades. E esperamos que a justiça seja feita e que a enfermagem seja valorizada.”

Enfermeiros fazem ato no DF para reforçar necessidade de isolamento social — Foto: Arquivo pessoal

Enfermeiros fazem ato no DF para reforçar necessidade de isolamento social — Foto: Arquivo pessoal

Depoimentos

De acordo com a Polícia Civil, cinco vítimas prestaram depoimento até esta terça. O Ministério Público do DF deu até 4 de junho para que os investigadores apresentem o resultado do inquérito policial. Os Conselhos Federal e Regional de Enfermagem pediram urgência na investigação.

Renan da Silva Sena, um dos agressores que aparecem nos vídeos gravados durante as agressões foi chamado à delegacia para depor nesta terça-feira. Ele era terceirizado do Ministério da Mulher da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e foi substituído por outro funcionário após a divulgação das imagens.

Na segunda-feira (11), a empresária Marluce Gomes, de 44 anos, prestou depoimento, também na 5ª DP. Ela foi gravada xingando enfermeiras que participavam do protesto.

Agressões

A manifestação dos profissionais de saúde ocorreu na manhã do feriado do Dia do Trabalhador (1º). O ato, segundo os organizadores, “era para reforçar a necessidade da população cumprir o isolamento social e prestar uma homenagem à memória dos 55 enfermeiros, técnicos e auxiliares que já perderam a vida na linha de frente do combate ao coronavírus”.

Usando jaleco e máscaras, os manifestantes seguravam cruzes em referência aos mortos e erguiam cartazes com frases como “enfermagem em luto pelos profissionais vítimas da Covid-19. Fique em casa”.

Outras duas pessoas foram identificadas por participar das agressões, o empresário goiano Gustavo Gayer Machado de Araújo e a empresária de Brasília Marluce de Carvalho Oliveira.

Por volta das 9h30, um homem vestido de verde e amarelo – que depois foi identificado como Renan Sena – começou a filmar. Na camisa, ele estampava os dizeres “meu partido é o Brasil”.

Ele divulgou um vídeo nas redes sociais afirmando que as pessoas que participavam do protesto não eram profissionais de saúde. Ela apareceu em vídeos xingando enfermeiros de “medíocres” e “analfabetos funcionais”.

Adaptações: Alexandre Torres

Guará News