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Dois anos após fechamento do Lixão da Estrutural, novo aterro do DF está com 51% de ocupação. Colabore, descarte o lixo corretamente

Por Marília Marques, G1 DF

Adaptações: Alexandre Torres

Guará News


Aterro Sanitário de Brasília — Foto: Gabriel Jabur/Agência BrasíliaAterro Sanitário de Brasília — Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Aterro Sanitário de Brasília — Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Dois anos após o fechamento do Lixão da Estrutural, no Distrito Federal, os rejeitos depositados no Aterro Sanitário de Brasília, em Samambaia, já ocupam mais da metade (51%) da área do terreno. Até este sábado (25), 163,5 mil metros²do local estavam cobertos de lixo.

Apesar da extensão da área ocupada, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) informa que o material descartado é disposto em camadas, no formato “bolo de noiva”. Com isso, ainda é possível receber mais 6,3 milhões de resíduos ao longo dos 320 mil metros² totais.

“A vida útil é de 13 anos”, garante o SLU.

O antigo Lixão da Estrutural encerrou as atividades em 20 de janeiro de 2018, após uma determinação do Tribunal de Justiça do DF (veja detalhes mais abaixo). Atualmente, o local recebe apenas material seco – rejeitos da construção civil.

O depósito era listado como o segundo maior lixão a céu aberto da América Latina. Para compensar o fechamento do espaço, o GDF construiu o Aterro de Brasília. O terreno recebe cerca de 2,4 mil toneladas de lixo por dia.

Catadores do Lixão da Estrutural aguardam caminhão descarregar material coletado em ruas do DF — Foto: Marília MarquesCatadores do Lixão da Estrutural aguardam caminhão descarregar material coletado em ruas do DF — Foto: Marília Marques

Catadores do Lixão da Estrutural aguardam caminhão descarregar material coletado em ruas do DF — Foto: Marília Marques

De modo diferente do que ocorreu no antigo depósito, a disposição do lixo no aterro sanitário foi planejada. Ao ser colocado no solo, o rejeito é espalhado e compactado com terra. Dois drenos captam a água pluvial e o chorume.

Separação do lixo

Uma pesquisa do Ibope, divulgada em 2018, aponta que quatro em cada dez brasileiros (39%) não separam o lixo orgânico do reciclável e 76% não fazem a separação por tipo de material.

Apesar disso, 88% concordam totalmente que a forma correta de descartar o lixo é separando os materiais que podem ser reciclados e 95% acham que a reciclagem é importante para o futuro do planeta.

Para a ambientalista Izabel Zaneti, professora da Universidade de Brasília (UnB), o volume de materiais descartados no aterro sanitário do DF ainda é grande, considerando o total da população.

“Muita coisa que sai das casas como rejeito poderia ser separada na coleta seletiva. Além disso, o resíduo orgânico poderia ir para a compostagem.”

Aterro Sanitário de Brasília, em Samambaia — Foto: Gabriel Jabur/Agência BrasíliaAterro Sanitário de Brasília, em Samambaia — Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Aterro Sanitário de Brasília, em Samambaia — Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

A especialista explica que os resíduos sólidos não pode estar misturado com orgânico. “Em Brasília e em várias capitais, a população não separa corretamente o lixo, por inconsciência ou falta de informação.

“Até os catadores dizem que não precisa separar tudo por materiais [papel, metal, plástico]. Basta não juntar o orgânico com seco.”

Além disso, a pesquisadora afirma que a coleta seletiva em Brasília está “aquém do que poderia ser”. Atualmente, oito Regiões Administrativas não possuem o serviço. A previsão do governo para a implementação do serviço em todo DF é até abril deste ano.

“Não existe fora. Quando se coloca o resíduo na porta de casa, ele ainda está dentro do planeta. Tem a falta de consciência das pessoas de acharem que isso só é coisa pública”, afirmou Zaneti.

“Se compro e descarto, tenho que ser responsável também de fazer pelo meio correto.”

Aterro sanitário

Foto aérea do Aterro Sanitário de Brasília, em novembro de 2017 – antes de entrar em funcionamento — Foto: Gabriel Jabur/Agência BrasíliaFoto aérea do Aterro Sanitário de Brasília, em novembro de 2017 – antes de entrar em funcionamento — Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Foto aérea do Aterro Sanitário de Brasília, em novembro de 2017 – antes de entrar em funcionamento — Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

O Aterro Sanitário de Brasília recebeu até este sábado (25) 1,8 milhões de toneladas de rejeitos. O espaço, dividido em quatro etapas, temcapacidade para 8,1 milhões de toneladas.

Ao todo, são 760 mil metros², incluindo a parte administrativa e as lagoas de chorume. Desses, 320 mil metros² são destinado para o aterramento dos rejeitos

O serviço está na segunda etapa, que tem capacidade para 2,5 milhões de toneladas.

Lixão da Estrutural

O fechamento do lixão da Estrutural é uma determinação do Tribunal de Justiça do DF desde 2007, motivada por uma ação do Ministério Público.

A decisão pelo seu fechamento atende também à Política Nacional de Resíduos Sólidos. A medida, publicada em 2010, determina que aterros sanitários recebam somente os rejeitos – aquele material que sobra após a retirada de tudo que pode ser reaproveitado.

Atualmente, a Unidade de Recebimento de Entulho (URE) – antigo lixão da Estrutural – recebe cerca de 6 mil toneladas por dia de resíduos da construção civil.

No ano passado, a URE continuou recebendo resíduos da construção civil e, em março, começou a reciclar parte desse material. A empresa responsável pelo local instalou uma britadeira e, desde então, transforma em areia, brita e cascalho quase metade do que chega ao local.

A previsão, segundo o SLU, é que o material seja doado a órgãos e entidades públicas da Administração Pública.

Como separar o lixo?

Lixeiras coloridas para coleta seletiva de lixo doméstico — Foto: UnsplashLixeiras coloridas para coleta seletiva de lixo doméstico — Foto: Unsplash

Lixeiras coloridas para coleta seletiva de lixo doméstico — Foto: Unsplash

  • Nunca misture material reciclável e orgânico;
  • Coloque os plásticos, vidros, metais e papéis em sacos diferentes;
  • Lave e seque as embalagens que continham produtos orgânicos antes do descarte;
  • Não amasse e nem molhe os papéis. Ao invés disso, dobre-os dentro do saco, diminuindo o volume;
  • Vidros quebrados e materiais cortantes devem ser enrolados em jornal ou colocados em uma caixa para evitar acidentes;
  • Desmonte as embalagens mistas, separando as partes de metal, plástico e vidro, por exemplo, e distribua nos sacos corretos.