Pular para o conteúdo
Início » Um pouco de minha história no Guará e a história do inicio desta cidade que pulsa energia, arte, cultura, amor e política na veia

Um pouco de minha história no Guará e a história do inicio desta cidade que pulsa energia, arte, cultura, amor e política na veia

Um pouco de minha história no Guará e a história do inicio desta cidade que pulsa energia, arte, cultura, amor e política na veia

Guará DF, 05 de maio de 2023

Redação Guará News

Alexandre Torres

 

Em 1979 pisei pela primeira vez nesta cidade que depois de alguns anos marcou minha vida com grandes amores e desenvolvimento social e cultural para minha vida.

Eu nascido em Brasília em 1965 voltei para base de minha família em Porto Alegre após o golpe militar nos anos 60, meu pai era servidor público da Policia Federal e requisitado pelo então presidente João Goulart para desenvolver o transporte dos funcionários federais que se instalavam na capital por motivo de sua experiência como gestor de empresas de mobilidade na capital gaúcha.

Meu retorno a capital de todos os brasileiros se fazia constante por meus irmãos estarem em Brasília morando na Asa Norte, Asa Sul, Cruzeiro e Guará.

Tinhamos sempre o Parque da Cidade como referência de encontros nos finais de semana com churrascos e passeios no Parque Ana lídia e na Piscina de Ondas, sensação de liberdade e alegria por estarmos juntos e respirar este ar de nossa capital.

Chegando ao Guará na QE 28, aonde tinha o “Armarinho Onda”, de meu concunhado Nal Berto e sua esposa Carmita já faziamos pedaladas na avenida Contorno e entre as quadras da cidade.

Meus primos Marcone e outros como o Finado Tadeu Miura e  outros primos que em outra residência nos encontravamos na QE 13.

Muitas história vieram depois destas datas.

O Guará ficou em meu coração, aonde criei meus filhos na QE 34, Diego e Andressa. Diego Torres vai completar 31 anos neste ano de 54 de nossa cidade do Guará.

Segue a vida e que a força e a esperança se permanesçam sempre coladas aos propósitos de cuidar e desenvolver a RA 10 do DF.

A origem do Guará

Em 1967, apesar de Brasília ainda ser uma jovem cidade, o problema da falta de moradias para os funcionários públicos já começava a despontar. Foi então que um grupo de funcionários da Novacap, comandados pelo presidente da empresa, o engenheiro Rogério de Freitas Cunha, resolveu construir suas próprias casa em regime de mutirão, ocupando um local próximo ao Córrego Guará, distante 11 quilômetros do Plano Piloto.

Rogério de Freitas Cunha, o idealizador do Guará. Foto: Administração do Guará

O projeto arquitetônico foi feito pela Sociedade de Interesse Habitacional (SHIS), o material de construção oferecido pelo GDF e a mão de obra executada pelos trabalhadores da Novacap. No dia 21 de abril de 1969 foi inaugurado o primeiro trecho com 800 casas, chamado de Setor Residencial de Indústria e Abastecimento (SRIA). Após cada rua ser finalizada, um sorteio, feito no chapéu de palha do próprio Rogério Cunha, definia qual família ocuparia as residências. A primeira quadra concluída foi a QI 05.

A inauguração oficial daquela nova cidade-satélite aconteceu no dia 5 de maio de 1969, sendo batizada de Guará em homenagem ao córrego que a atravessava. A palavra vem do tupi “auará”, que significa “vermelho”. O lobo-guará, muito comum no cerrado e que deu o nome ao rio, é chamado assim por ter a cor avermelhada.

Entrada do Guará em 1969. Foto: Arquivo Público do DF

O núcleo inicial do Guará contava com mais de 6 mil casas ocupando uma área de 2,9 quilômetros quadrados. Em 1971, houve uma ampliação e a cidade passou a ter 8,1 quilômetros quadrados.

As mudanças continuavam e cada vez mais residências surgiam no local. No dia 2 de março de 1972 foi inaugurada uma nova etapa, o Guará II, dessa vez para funcionários públicos federais que chegavam em Brasília.

O mesmo ângulo do Guará em dois momentos: 1969 e 2020. Fotos: Arquivo Público do DF e Drone Imagens Bsb

 

E a cidade continuou a crescer bastante nos anos seguintes. Em 1983, foi inaugurada a Feira Permanente do Guará, que já existia informalmente desde 1969. Em 1984, foi a vez do Setor de Oficinas do Guará, com o objetivo de reunir em um só lugar as oficinas que funcionavam nas residências. A partir de 1986, como resultado do documento Brasília Revisitada, escrito por Lucio Costa, começou a implantação das Quadras Econômicas Lucio Costa (QELC), à margem da EPTG.

Quadras Lucio Costa recém-inauguradas em 1988

Em 1987 foi a vez da QE 40. Em 1990, as quadras QE 42 a 44 passaram a existir e, em 1997, a QE 46.

Atualmente, o Guará é uma das regiões administrativas com maior renda per capita do DF e continua se expandindo com novos e modernos condomínios verticais.

Urbanização do Guará em 1970. Foto: Arquivo Público do DF
Capoeira no Guará II em 1987. Foto: site Do Próprio Bolso

Uma particularidade do Guará é ter sido o berço do reggae e do movimento rastafári no Distrito Federal nos anos 1970. Fundado na Jamaica, o rastafarianismo considera como deus o imperador etíope Haile Selassie (1892-1975), governante que esteve aqui em Brasília em 1960, quando se encontrou com Juscelino Kubitschek para uma visita diplomática.

Encontro de Haile Selassie com JK em 1960. Foto: Arquivo Público do DF

Veja o vídeo: