Alunos de mais uma tradicional escola particular enfrentam transtornos no Distrito Federal. O colégio Maxwell, no Guará, amanheceu de portas lacradas nesta quarta-feira (30/10/2019). O comunicado oficial do fechamento foi feito na noite de terça-feira (29/10/2019). Houve uma reunião de emergência, onde alguns pais foram informados da situação extrema.
Assim como o Alub, o colégio está passando por graves problemas financeiros. Desde 2018, a instituição de ensino, que tem mais de 20 anos de existência, vem enfrentando dívidas e atrasando salários de funcionários.
“Já chegou a suspender uma semana de aulas neste ano. Os funcionários estão há três meses sem salários. Ficamos sabendo que a escola está sem credenciamento na Secretaria de Educação”, disse Alecxsandra Iglessias, 47 anos, mãe de dois filhos que estudavam na escola particular.
Quem foi à porta da escola nesta quarta não encontrou nenhum representante no local para informar sobre o problema. O boletim é o único documento que está sendo emitido pelos funcionários. Os pais relatam que a dívida da instituição é de R$8 milhões.
Essa crise vinha se alastrando. Agora está insustentável. Estamos há três meses sem receber salários. Já vinha ocorrendo reuniões para avisar os pais. Mas ontem (data do decretamento do fechamento do colégio) foi oficial, e então a situação ficou assim”, disse um funcionário, que não quis se identificar.
Andréia Cassimiro, 43 anos, mãe de um aluno do colégio disse que desde o ano passado escuta rumores de possível fechamento da escola. “Neste ano, foram realizadas algumas reuniões, nas quais um grupo nos prometeu que começariam a gerir a escola e tudo voltaria ao normal. Mas depois na reunião seguinte, outro grupo diferente já prometeu a mesma coisa e nada foi feito”, destacou.
Ela disse que tenta receber de volta o valor que pagou referente às mensalidades do restante do ano. As dependências da escola localizada na QE 11 estão vazias. Alguns funcionários que estão no local se emocionaram ao tentar dar explicações aos pais que chegavam a todo momento para reclamar.
Muitos pais já matricularam seus filhos em outras instituições. A liberação apenas dos boletins dificulta o processo de transferência dos alunos. A reportagem ainda não localizou nenhum representante do colégio.
Em nota, a Secretaria de Educação do DF informou que o colégio não está credenciado pelo órgão. “Os estudantes não serão prejudicados. Eles devem solicitar um exame de classificação na escola na qual irão pleitear a matrícula para regularizar sua situação”, destacou a pasta.
Os pais que quiserem ainda podem matricular seus filhos na rede pública. “Estudantes podem acessar a internet e ou telefone 156, até o dia 1º de novembro. Antes de realizar a matrícula em escolas da rede privada, os pais ou responsáveis devem verificar se a escola é credenciada na lista de instituições“, alertou a pasta, ainda por meio de nota.
Adaptações: Alexandre Torres
Guará news