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Racismo e injúria racial são inadmissíveis. Segundo Andresa Sousa, cliente deu dois tapas no braço dela e disse ‘aprende a cantar, sua negra

Por Walder Galvão, Mara Puljiz e Vinícius Cassela, g1 DF e TV Globo

Adaptações: Alexandre Torres

Guará News

Uma cantora do Distrito Federal diz ter sofrido injúria racial e sido agredida durante show em um restaurante (veja depoimento acima). O episódio ocorreu por volta das 22h30 desta terça-feira (19), na Asa Sul, enquanto Andresa Sousa, de 34 anos, se apresentava.

“Aprende a cantar, sua negra! Essa negra precisa aprender a cantar”, disse uma cliente do estabelecimento após dar dois tapas no braço de Andresa, segundo a cantora, que também é advogada.

 

O caso foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul. A ocorrência é investigada como injúria racial e “vias de fato”. A reportagem  aguarda posicionamento do Vasto Restaurante, onde ocorreu episódio.

Andresa contou que se apresentava quando algumas clientes começaram a pedir músicas. Uma delas pediu uma canção em inglês, porém, no fim da apresentação, se queixou de que a cantoria teria errado a letra da música.

“Ela me disse que eu tinha que aprender a cantar. Falei que tudo bem e que faria direitinho. Mas a senhora insistiu em dizer que eu tinha errado a letra e pediu para eu parar de sorrir. Em seguida, quando achei que ela ia sair, ela me olhou, deu dois tapas fortes no meu braço e falou novamente para eu aprender a cantar”, detalhou a cantora.

Cantora Andresa Sousa diz ter sido vítima de injúria racial, no DF — Foto: Arquivo pessoal

Cantora Andresa Sousa diz ter sido vítima de injúria racial, no DF — Foto: Arquivo pessoal

Após a agressão, Andresa falou que começou a chorar e a recolher o material de trabalho. Porém, ela disse que a suspeita voltou ao palco mais uma vez e disse “aprende a cantar, sua negra”.

“Infelizmente isso acontece e é uma coisa que muitos amigos meus já passaram e, quando acontece com a gente, a gente se sente um nada. Mas, tomamos as medidas necessárias e sei que, pelo menos dessa vez, […] vai dar tudo certo”, disse.

Denúncia

 

Após a ofensa, Andresa conta que colegas de trabalho chamaram a polícia. De acordo com ela, militares abordaram a mulher, mas não a levaram para a delegacia.

Testemunhas também disseram que chamaram a polícia e relataram que a PM ouviu a suposta agressora, pegou os dados mas não a levou para a delegacia. Em contrapartida, a corporação disse que não fez contato com a suspeita.

SAIBA MAIS:

De acordo com a Polícia Civil, a suspeita foi identificada, mas “se evadiu do local após a chegada da polícia”. O nome dela não foi divulgado. Os agentes informaram apenas que o caso está sob investigação.

Andresa conta que, agora, espera por Justiça. “Se eu não tivesse denunciado, seria mais uma que não fala e apenas sofre”, comentou.