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Vacina tríplice viral tem a menor cobertura no DF em 3 anos e casos de caxumba dobram

Por Carolina Cruz, G1 DF

Vacina tríplice viral protege contra caxumba, rubéola e sarampo — Foto: Cristine Rochol/PMPAVacina tríplice viral protege contra caxumba, rubéola e sarampo — Foto: Cristine Rochol/PMPA

Vacina tríplice viral protege contra caxumba, rubéola e sarampo — Foto: Cristine Rochol/PMPA

Dados do Ministério da Saúde apontam que o Distrito Federal apresentou, em 2018, a menor taxa de cobertura da primeira dose da vacina tríplice viral dos últimos três anos. A imunização, que em 2016 representava 100% do público-alvo, caiu para 87% no ano passado.

A aplicação inicial da tríplice-viral deve ocorrer no primeiro ano de vida. A vacinação nesta idade é o pontapé para a prevenção contra o sarampo, a caxumba e a rubéola por toda a vida.

Ao mesmo tempo, números da Secretaria de Saúde do Distrito Federal mostram que os casos de caxumba dobraram em relação ao ano passado. Até setembro, foram registrados 1.564 casos da doença, enquanto em todo o ano de 2018 foram 785 registros (veja detalhes abaixo).

O levantamento preliminar do ano de 2019 – que leva em conta o período de janeiro até setembro – aponta que apenas 58% da crianças receberam a vacina tríplice viral até o primeiro ano de idade. O estudo ressalta, no entanto, que o percentual tende a crescer até o final do ano.

A menor taxa de cobertura foi registrada em 2015, quando o número de crianças imunizadas até os 12 meses de vida, no DF, representou apenas 67,7%. No ano seguinte, o total ultrapassou o previsto pela Secretaria de Saúde. Veja abaixo:

Cobertura vacinal no DF

  • 2015: 67,6%
  • 2016: 131,8 %
  • 2017: 89,2 %
  • 2018: 87,0 %
  • 2019: 58,7%* (preliminar)
Cobertura vacinal da tríplice viral até um ano de idade no DF
Taxa reduziu nos últimos dois anos
AnosPercentual de cobertura da vacina20152016201720182019 (preliminar)406080100120140

2017
● Percentual de cobertura da vacina: 89,2
Fonte: Ministério da Saúde

A menor cobertura da tríplice viral do Centro-oeste

No ano de 2018, a cobertura vacinal do Distrito Federal foi a menor entre os estados do Centro-Oeste, dividindo a posição com o estado do Goiás, com a taxa de 87,3%. O estado do Mato Grosso do Sul teve uma taxa de 104,1% e Mato Grosso 90,8%.

Comparado a todas as regiões do país, o percentual de imunizados na capital em 2018 é o sexto pior entre os 27 entes federativos (veja dados abaixo). Entre os seis com as menores taxas de imunização, houve redução do percentual nos últimos três anos apenas no DF, Bahia e Amapá.

As menores coberturas vacinais do país em 2018

  1. Pará – 76,2%
  2. Amapá – 77,0%
  3. Acre: 82,9%
  4. Maranhão – 82,6%
  5. Bahia – 80,4%
  6. Distrito Federal – 87,0%

Surto de caxumba

Os casos de caxumba neste ano já são maiores que os registrados nos últimos dois anos.

  • 2017: 1009 casos
  • 2018: 785 casos
  • 2019: 1564 casos

Já os casos de sarampo somam 3 registros confirmados em 2019, de acordo com informações do Ministério da Saúde, atualizadas até 2 de outubro. Outras 175 suspeitas estão em investigação.

Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo foi iniciada no dia 4 de setembro e vai até o dia 25 de outubro para as crianças com idade entre seis meses e cinco anos.

O DF não registrou casos de rubéola nos últimos cinco anos.

Quando a vacina deve ser aplicada?

A  vacinação é a única maneira de prevenir o sarampo. O esquema vacinal é feito por meio da vacina tríplice viral, disponível em todos os postos de saúde do Estado — Foto: Natinho Rodrigues/Agência DiárioA  vacinação é a única maneira de prevenir o sarampo. O esquema vacinal é feito por meio da vacina tríplice viral, disponível em todos os postos de saúde do Estado — Foto: Natinho Rodrigues/Agência Diário

A vacinação é a única maneira de prevenir o sarampo. O esquema vacinal é feito por meio da vacina tríplice viral, disponível em todos os postos de saúde do Estado — Foto: Natinho Rodrigues/Agência Diário

Historicamente, a primeira dose da tríplice viral é recomendada aos 12 meses – esta, protege contra o sarampo, rubéola e caxumba. Desde outubro deste ano, o Ministério da Saúde implementou a chamada Dose Zero, considerada uma dose extra para proteger as crianças contra o sarampo entre 6 meses e 11 meses. A faixa etária compreende a primeira fase da campanha nacional de vacinação.

Mesmo com a Dose Zero, a recomendação é de tomar a vacina tríplice viral quando a criança completar um ano, desde que já tenha passado ao menos 30 dias desde a aplicação da Dose Zero.

A tríplice viral precisa ser reforçada posteriormente. De forma geral, o Ministério da Saúde recomenda duas doses da vacina até 29 anos de idade e outra dose de 30 a 49 anos.