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Postos de saúde e hospitais do DF precisam de uma reciclagem no atendimento, usuários não podem sofrer tais situações, confira

Postos de saúde e hospitais do DF precisam de uma reciclagem no atendimento, usuários não podem sofrer tais situações, confira

Brasília, 13 de março de 2023

Por Juliana Soares e Iana Caramori, TV Globo e g1 DF

Adaptações

Alexandre Torres

Guará News

Não precisamos de desculpas e sim de um atendimento sério e humano.

 

 

Uma mulher sofreu traumatismo craniano após cair da janela da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia, no Distrito Federal, na última quinta-feira (9). A paciente estava internada no local com um quadro grave de dengue, segundo os familiares. O caso é investigado pela 19ª Delegacia de Polícia, em Ceilândia.

De acordo com o depoimento prestado à Polícia Civil, uma das filhas da vítima, ao chegar à UPA na noite de quinta, foi informada “que a paciente havia tido delírios e pulado sozinha da janela aberta na sala vermelha” da unidade. Ela foi transferida para o Hospital de Base, onde a equipe médica disse que a mulher teve uma “hemorragia cerebral grave sem chance de reversão”.

Os familiares de Cidalva Prates Guedes afirmam que populares avisaram que ela estava caída do lado de fora da UPA e que os devidos socorros não foram prestados após a queda. Em nota, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges) diz que “a equipe prestou toda assistência à paciente, reavaliou a mesma e posteriormente a encaminhou e solicitou uma tomografia e um parecer da neurocirurgia do Hospital de Base” (veja íntegra abaixo).

No boletim de ocorrência, registrado no último sábado (11), a família alega que, diante da quadro de saúde da mulher, não havia como ela pular sozinha da janela. Segundo familiares, Cidalva apresentava fraqueza e confusão mental dias antes do acidente.

Internação

 

Segundo a família, em depoimento à Polícia Civil, Cidalva procurou atendimento na UPA de Ceilândia no último dia 3, com queixas de dor abdominal, plaquetas baixas, febre e sangramento nasal. O relato aponta que ela teria um diagnóstico de dengue, após um exame na UBS de Samambaia, no último dia 24.

A família conta que, em seguida, o médico “examinou a paciente, prescreveu analgésicos apenas pela fala da mesma e solicitou exames laboratoriais, sendo liberada para casa após os exames detectarem plaquetas baixas”. No dia seguinte, ela voltou à UPA, com dor de cabeça, fraqueza, febre e dor abdominal.

Cidalva foi encaminhada para a sala verde da UPA, onde ficou em uma poltrona, sem direito a acompanhante pelos próximos quatro dias. Na última quarta-feira (8), após insistência da família, um familiar pode acompanhar Cidalva, que apresentava confusão mental, fraqueza, complicações no fígado e rins, segundo o relato.

“Devido a evolução para pior, a médica do dia 09/03/2023 solicitou transferência da paciente para ala vermelha da UPA aproximadamente às 10h da manhã. A paciente estava assustada, confusa e foi levada de cadeiras de rodas, pois não conseguia andar devido a debilidade”, de acordo com o boletim de ocorrência. Mais uma vez, a equipe médica proibiu a permanência de um acompanhante, afirma a família.

Queda

 

No dia 9, no período da noite, quando uma das filhas de Cidalva foi até a UPA em busca de informações sobre a mãe, ficou sabendo que a paciente tinha caído de uma altura de 2 metros e estaria com um corte na cabeça.

Segundo a equipe médica, “a paciente estava bastante agitada e ficou gritando por 20 minutos antes de se jogar”. O médico responsável teria, então, prescrito um medicamento para a paciente se acalmar, segundo o boletim de ocorrência.

“Contudo, o medicamento não fez o efeito esperado e a paciente continuou agitada e apresentando um quadro de delírio. Nesse intervalo de tempo, a paciente ficou sem supervisão médica e sem contenção”, afirmaram os familiares em depoimento.

O médico teria solicitado uma tomografia do crânio no Hospital de Base e acionado uma UTI móvel para realizar o transporte da paciente. “O médico da UTI MÓVEL relatou ainda que a paciente deveria ter sido intubada imediatamente após a queda, mas não sabia explicar porque a UPA não adotou o procedimento”, segundo o relato.

No Hospital de Base, a família foi informada que Cidalva tinha uma hemorragia cerebral grave sem chance de reversão. A médica que atendeu a mulher afirmou que ela demorou a ser atendida, segundo o boletim de ocorrência.

Em seguida, os familiares de Cidalva foram orientados pela equipe médica a se despedirem da mulher, “que segundo quadro clínico não tem chances de melhoras, estando respirando apenas com ajuda de aparelhos”.

O que diz o Iges-DF

“O IgesDF esclarece que a paciente deu entrada na UPA da Ceilândia em 3 de março, com um quadro de dengue, foi admitida e prestada assistência para melhora do quadro da mesma. Na admissão, ela não apresentava um quadro que necessitasse uma assistência de sala vermelha e, por ter menos de 60 anos, a paciente não tinha direito ao acompanhante. No decorrer do dia, a equipe assistencial identificou uma piora do quadro e a encaminhou para sala vermelha para que a mesma fosse assistida de forma mais intensa e ampla. No momento da admissão, a paciente não apresentava um quadro que necessitasse de contenção, pois não apresentava sinais de agitação ou de violência. Dado momento em que a equipe da sala vermelha prestava assistência a outro paciente da mesma sala. a equipe ouviu o barulho e quando foi ao leito a paciente havia se jogado da janela. No mesmo momento a equipe prestou toda assistência à paciente, reavaliou a mesma e posteriormente a encaminhou e solicitou uma tomografia e um parecer da neurocirurgia do Hospital de Base.

A unidade solicita ao Complexo Regulador vaga hospitalar a todos os pacientes internados e os pacientes das alas são assistidos 24h. Tanto que ao observarem o rebaixamento levaram a paciente para sala vermelha.

A gestão da unidade e o Núcleo de Segurança do Paciente foram comunicados imediatamente e apuraram todos os fatos para que sejam adotadas as medidas necessárias para que situações semelhantes não ocorram novamente. A unidade manteve os familiares informados sobre o quadro da paciente.

O IgesDF esclarece ainda que foi prestada assistência em todo período de permanência da paciente na unidade, e reafirma que não houve omissão por parte da equipe da UPA.

A paciente segue internada no Hospital de Base, recebendo todos os cuidados necessários”