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Paulo Ricardo Silva é novo presidente interino do Iges-DF; amiga de infância de Ibaneis assume vice-presidência

Por Gabriel Luiz e Pedro Alves, TV Globo e G1 DF

Adaptações: Alexandre Torres

Guará News

Fachada do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal — Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Fachada do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal — Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

O Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) ganhou uma nova diretoria nesta segunda-feira (28). Paulo Ricardo Silva assume a presidência do órgão interinamente. Ele substitui Sérgio Luiz da Costa, que deixou o cargo na semana passada alegando “motivo de saúde”.

Já a advogada Mariela Souza de Jesus assume a vice-presidência do instituto. Ela é amiga de infância do governador Ibaneis Rocha (MDB). Os dois cresceram na cidade de Corrente, no Piauí. Mariela foi chefe de gabinete do secretário de Saúde, Osnei Okumoto, e, até esta segunda, era diretora-executiva da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs).

Ela toma a posição de Emanuela Dourado Ferraz, que foi efetivada no cargo em julho, mesmo após denúncias de que acumulava três cargos públicos, com carga horária de 22 horas por dia (relembre abaixo). A defesa dela nega má fé.

Mariela Souza de Jesus, nova vice-presidente do Iges-DF — Foto: Reprodução

Mariela Souza de Jesus, nova vice-presidente do Iges-DF — Foto: Reprodução

Com a mudança, Emanuela passa a ser diretora de Ensino do Iges-DF. Após a saída de Sérgio Luiz da Costa, na semana passada, ela deveria ter assumido a presidência do instituto. No entanto, a TV Globo apurou que a psicóloga decidiu não ficar no posto por conta da pressão causada pelas denúncias.

O novo presidente interino atuava até então como subsecretário-adjunto Executivo da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF). Como ele vai ocupar o cargo no Iges-DF de forma temporária, o nome não precisa ser aprovado na Câmara Legislativa do DF.

Investigações no Iges-DF

As mudanças no instituto ocorrem em meio a investigações que apuram supostas irregularidades em contratos da saúde local. A operação Falso Negativo, deflagrada no mês passado, terminou com a prisão de oito gestores da SES-DF, inclusive do ex-secretário Francisco Araújo. As apurações agora começam a se estender para o Iges-DF.

Na semana passada, pouco antes de o ex-presidente do instituto anunciar que estava deixando o cargo, promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado mandaram um ofício sigiloso ao órgão solicitando a íntegra de sete contratos de compras emergenciais.

Subsecretário afastado de Administração Geral da Secretaria de Saúde do DF, Iohan Andrade Struck — Foto: TV Globo/Reprodução

Subsecretário afastado de Administração Geral da Secretaria de Saúde do DF, Iohan Andrade Struck — Foto: TV Globo/Reprodução

Os documentos tratam da aquisição de materiais pelo instituto, como a compra máscaras cirúrgicas, por dispensa de licitação. Os promotores também querem acesso a documentos que detalham os procedimentos administrativos internos. A TV Globo ainda apurou que essas investigações foram o real motivo da saída de Sérgio Luiz da Costa.

Uma das conexões entre o Iges-DF e a operação Falso Negativo é Larissa Ferraz Struck. Ela é mulher de Iohan Struck, ex-subsecretário acusado de fraudes na compra de testes rápidos, e atuava como chefe de compras diversas do instituto.

Questionado à época, o Iges-DF informou que “continua prestando todos os esclarecimentos para os órgãos de controle, incluindo, ao Ministério Público, que está recebendo todos os documentos requisitados”.

“Ressaltamos, ainda, que o IGESDF criou um grupo de trabalho de controladoria, que está auditando os processos relacionados a compras e contratação.”

Acúmulo de cargos

Superintendente cotada para vice-presidência do Iges-DF é investigada por acúmulo de cargos — Foto: TV Globo/Reprodução

Superintendente cotada para vice-presidência do Iges-DF é investigada por acúmulo de cargos — Foto: TV Globo/Reprodução

Outra polêmica envolvendo o instituto foi a indicação de Emanuela Dourado Ferraz para a vice-presidência. A psicóloga é mulher do presidente do Instituto de Previdência do DF (Iprev-DF), Ney Ferraz e, por oito meses, acumulou três cargos no poder público:

  • Superintendente do Iges-DF
  • Assessora da representação do governo do Piauí no DF
  • Assessora parlamentar da deputada federal Iracema Portella (PP-PI)

Ela foi exonerada do gabinete parlamentar na véspera do dia em que foi indicada à vice-presidência do instituto. O cargo no governo do Piauí só foi perdido depois que as denúncias vieram à tona. À ocasião, o Iges-DF disse que não sabia dos cargos acumulados e que ela sempre cumpriu a carga horária e desempenhou as funções do cargo.

A defesa de Emanuela afirma que ela não agiu de má-fé e que devolveu o dinheiro assim que soube que não podia acumular as funções.