Nagila Santos Barros passou dois meses internada e faleceu no domingo (6). Vítima foi agredida com socos e pontapés; suspeita está solta.
Por Walder Galvão, G1 DF
Adaptações: Alexandre Torres
Guará News
Nagila Santos, de 22 anos, morreu após ser agredida por companheira no DF — Foto: Arquivo pessoal
a delegada à frente do caso, Karina Duarte, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher II (Deam II), de Taguatinga, informou que Nagila e a companheira tiveram uma discussão por causa do relacionamento.
“Ela [Nagila] foi agredida com socos e pontapés. Foram muitos golpes na barriga e na parte do abdômen, o que causou uma lesão no estômago. A vítima foi submetida a uma cirurgia no hospital e ficou internada na UTI [Unidade de Terapia Intensiva] desde então”, detalhou a investigadora.
Segundo a delegada, a morte de Nagila foi provocada pelas agressões. Entretanto, a suspeita responde em liberdade. Karina explica que não há mandado de prisão contra a agressora e que ela chegou, inclusive, a prestar depoimento na delegacia, admitindo o crime.
O caso está registrado na Deam 2 como lesão corporal seguida de morte. Entretanto, a delegada afirma que, caso a investigação constate que a suspeita teve a intenção de matar a vítima, o caso pode ser reclassificado como feminicídio.
“A princípio, o caso seria uma lesão corporal grave, mas a vítima evoluiu para óbito. Por isso, inicialmente, constatamos que a intenção dela não seria matar”, disse.
Sofrimento
Nagila Santos, de 22 anos, morreu após ser agredida com chutes e pontapés pela companheira, em Ceilândia, no DF — Foto: Arquivo pessoal
Nascida no Pará, Nagila chegou ao Distrito Federal em 2015. A jovem trabalhava com planejamento e controle de manutenção em uma empresa de ônibus da capital. Sem filhos, ela morava com a companheira há cerca de um ano, em Ceilândia Sul.
A irmã da vítima, Rubistania Barros Sousa Oliveira, de 25 anos, disse ao G1 que o enterro de Nagila ocorreu na terça-feira (8), no Cemitério de Taguatinga.
“Foi uma comoção muito grande. Porque ela tinha muitos amigos e era muito querida no trabalho. Graças a Deus, a gente se despediu dela. Esses dois meses foram de muita luta, porém, infelizmente o corpo dela não suportou”, lamentou.
Rubistania afirma que, no dia do crime, foi à casa da irmã e pediu para levá-la ao hospital. “Ela estava machucada e com dor no estômago, mas esperou dois dias para ir ao médico e foi internada assim que chegou lá.”
“Eu não tenho raiva. Talvez, ela [a agressora] não tinha intenção de matar. Porém, matou e a gente quer que alguma coisa seja feita, até para que isso não ocorra mais”, diz a irmã da vítima.