A Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou sessão solene nesta segunda-feira (17) para celebrar os 10 anos do Instituto Federal de Brasília (IFB). Diretores, professores, estudantes e autoridades prestigiaram a solenidade, marcada por elogios à atuação do instituto, por manifestações contrárias ao contingenciamento de recursos para educação e por histórias de transformação.
“É uma alegria celebrar o queridíssimo IFB, que tanto tem contribuído para nossa educação, para nossa ciência e para o desenvolvimento econômico da cidade em que vivemos”, afirmou o deputado Leandro Grass (Rede), à frente da homenagem. “Para mim, essa é a melhor política pública de educação dos últimos 10 anos do nosso País; dos últimos 20 anos, podemos dizer assim. Os institutos federais revolucionaram a formação profissional, o ensino técnico, a pesquisa, a extensão e o lugar do professor na educação”, completou. O distrital, que é professor, pregou investimentos em educação como forma de resolver os problemas do País e arrematou: “O corte na área é o mais perverso que um governo pode fazer e, certamente, não trará benefícios nem para a população nem para o Estado”.
O reitor do Instituto Federal de Brasília, Wilson Conciani, concordou com o distrital e fez questão de explicar a missão do IFB: “É uma escola que vem para transformar vidas, formar gente com capacidade técnica para responder às demandas da sociedade”. Ele apontou, ainda, que o instituto se caracteriza pelo “encontro entre ensino, pesquisa e extensão”.
Hoje, o IFB conta com 10 campi, localizados em diversas regiões administrativas do DF, como Brasília, Ceilândia, Estrutural, Gama e Riacho Fundo. Segundo Conciani, em 10 anos, o instituto contabilizou cerca de 120 mil estudantes, dos quais mais de mil eram pessoas em situação de rua. “O desafio agora é consolidar toda essa estrutura, para levar adiante esse projeto transformador”, disse o reitor.
Oportunidades transformadoras – Natália de Jesus Mesquita, estudante do Curso Técnico em Edificações do campus de Samambaia, contou ter escolhido essa área por influência do pai, que é pedreiro. Ela já está fazendo estágio no setor de construção e disse ser grata ao IFB: “Não fosse isso, eu não teria tido acesso à formação. E agora eu posso atuar na área que sempre sonhei”. A estudante pediu “mais vagas e mais investimentos” para que outras pessoas também possam ter acesso a “conhecimento, emprego e dignidade”.
Egressa do Curso Técnico em Eventos, a microempresária Sônia Marques também credita a realização de seu sonho à formação recebida no IFB. A profissional, que trabalha com organização de festas de casamento e de outras datas comemorativas, ressaltou que o mercado de eventos é promissor e que carece de mão-de-obra qualificada. “O curso técnico do IFB é gratuito e conta com professores extremamente qualificados e comprometidos”, destacou.
Investimentos – “Não existe investimento melhor para a sociedade e para a economia de um país do que o investimento em educação pública”, defendeu o reitor interino da Universidade Brasília (UnB), Enrique Huelva. Por sua vez, o presidente substituto do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Luiz Tadeu Blumm, ressaltou a necessidade de se investir em formação profissionalizante, de forma a garantir educação e inclusão social.
“Dinheiro para educação nunca foi ‘gasto’, é investimento. Não aceitamos qualquer corte, queremos mais recursos”, alertou Pedro Paulo de Oliveira, da Federação de Estudantes de Ensino Técnico (Fenet). Para fazer frente às ameaças do governo, a liderança conclamou os estudantes do IFB a participarem de ato no Ministério da Educação no próximo dia 12 de julho.
Denise Caputo
Fotos: Silvio Abdon/CLDF
Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa