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Hospital de base de Brasília destaca amor e solidariedade nas dificuldades no tratamento de câncer

Hospital de base de Brasília destaca amor e solidariedade nas dificuldades no tratamento de câncer

Guará DF, 13 de abril de 2024

Redação Guará News

Alexandre Torres

 

 

 

Segunda maior causa de óbito por tumores na população masculina, a doença deve ter mais de 71 mil novos casos por ano entre 2023 e 2025, segundo dados do Inca

Uma doença silenciosa. Assim é o câncer de próstata, totalmente assintomático em toda a fase inicial. Os sintomas só aparecem quando o tumor sai da próstata e se torna metastático. Nessa etapa, os pacientes passam a ter sangramentos, obstrução das vias urinárias e dores. É nessa fase avançada que a maioria dos casos da doença é diagnosticada – um total de 60%.

O Hospital de Base é unidade de referência no tratamento do câncer de próstata | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo carcinoma mais comum e a segunda causa de morte de tumores entre os homens. A estimativa é de que mais de 71 mil novos casos sejam registrados por ano no Brasil entre 2023 e 2025. Por isso, a prevenção é fundamental, bem como o diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento. A chance de cura é de mais de 90% se o tumor for detectado no início.

“O tratamento da doença vai depender do grau de disseminação do câncer. Tem caso em que é feito apenas o acompanhamento. Agora, para  tumores mais agressivos, temos o tratamento cirúrgico combinado com radioterapia ou quimioterapia. Quando há metástase, também entramos com o tratamento hormonal. Tudo isso é feito na Atenção Terciária, tendo o Hospital de Base como uma das unidades de referência”, explica o coordenador do Núcleo de Uro-Oncologia do Hospital de Base, Flávio Guimarães.

O principal tipo de cirurgia para o câncer de próstata é a prostatectomia radical, que retira toda a próstata e alguns dos tecidos à sua volta, incluindo as vesículas seminais.

Prevenção e diagnóstico

A chance de cura do câncer de próstata é de mais de 90% se o tumor for detectado no início | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

A próstata é uma glândula presente apenas nos homens, localizada na frente do reto, abaixo da bexiga, envolvendo a parte superior da uretra. Sua função é produzir um líquido que compõe parte do sêmen, que nutre e protege os espermatozoides. Em homens jovens, a próstata possui o tamanho de uma ameixa, mas essas dimensões aumentam com o avançar da idade.

É recomendado que os homens façam os exames preventivos a partir de 50 anos ou de 45 anos, quando há casos na família. A investigação é feita pela realização do exame de sangue de antígeno prostático específico (PSA) e pelo toque retal, que é responsável por 20% dos diagnósticos. Outros exames também podem ser solicitados, como biópsias e ultrassom.

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“O exame de sangue de antígeno é o principal marcador no sangue, mas existe a necessidade da complementação com o exame de toque, porque parte dos tumores pode não aparecer no PSA, e podemos acabar deixando um diagnóstico passar sem esse outro exame”, revela Guimarães.

Na rede pública, os exames são pedidos após a consulta com o médico de família na unidade básica de saúde (UBSs), que faz a regulação para os hospitais da rede que contam com a especialidade de urologia. O tratamento é feito na Atenção Terciária.

De acordo com coordenador do Núcleo de Uro-Oncologia do Hospital de Base, a mudança de hábitos pode ser fundamental para prevenção à doença. “O câncer de próstata tem um componente genético, mas também há o fator relacionado ao estilo de vida da pessoa. Por isso, recomendamos hábitos saudáveis: atividade física, dieta rica em antioxidantes e alimentos integrais, baixa ingestão de proteína e gordura animal e luz solar moderada”, afirma Flávio Guimarães.

Esta luta contra a doença se manifesta com a árdua missão dos voluntários que com iniciativa de Verinha, que perdemos a pouco tempo, se mantém forte e eficiente. Veja matéria sobre evento que homenageou “Verinha”.

Iniciativa reuniu autoridades, voluntários e comunidade hospitalar para celebrar a vida e obra de Verinha, da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Mama

A cerimônia, que contou com a presença da vice-governadora Celina Leão, dos deputados distritais Roosevelt Vilela e Dayse Amarilio, além de ex-superintendentes e voluntários, celebrou não apenas a vida de Verinha, mas também o legado de amor e dedicação ao próximo.

Verinha foi uma peça fundamental na história da Rede Feminina e do HBDF como um símbolo de esperança e coragem para aqueles que enfrentam a batalha contra o câncer. Sua incansável luta em prol dos outros deixou marcas permanentes na comunidade, inspirando todos a seguirem seu exemplo de solidariedade.

A cerimônia contou com a presença da vice-governadora Celina Leão | Fotos: Divulgação/IgesDF

Durante o evento, os presentes puderam expressar memórias, pensamentos e sentimentos sobre Verinha, registrando-os em um livro disponibilizado pela Rede, além de gravarem mensagens em vídeo. Em uma emocionante cerimônia, uma placa foi inaugurada no jardim do HBDF, eternizando o legado de Verinha, enquanto o chefe da oncologia, médico e amigo dela, Daniel Girard, plantou um Ipê-rosa em homenagem.

Um dos momentos mais marcantes foi o anúncio feito pelo superintendente do HBDF, Guilherme Porfírio. “O novo Centro de Infusão em construção será nomeado Centro de Infusão Verinha, em reconhecimento à sua contribuição incansável”, afirmou. Para celebrar, foi servido o cachorro-quente, uma das marcas registradas de Verinha, evidenciando seu carinho e generosidade que permearam a vida dela.

Assim, a homenagem a Verinha celebrou sua vida e obra e reafirmou o compromisso de todos em honrar sua memória e seguir seu exemplo de amor ao próximo, fortalecendo a rede de apoio aos pacientes com câncer de mama e inspirando a todos a fazer a diferença.

Um dos momentos mais marcantes da homenagem foi o anúncio feito pelo superintendente do HBDF, Guilherme Porfírio. “O novo Centro de Infusão em construção será nomeado Centro de Infusão Verinha, em reconhecimento à sua contribuição incansável”, afirmou

A nova coordenadora da Rede Feminina, Larissa Bezerra, filha de Verinha emocionou a todos ao destacar a importância do legado deixado por sua mãe durante o evento de homenagem. Com palavras carregadas de emoção, Larissa ressaltou a dedicação de Verinha em ajudar os outros e sua capacidade de irradiar esperança e coragem. Ao mencionar a tradição do cachorro-quente, Larissa evidenciou como sua mãe expressava carinho e generosidade, deixando um impacto duradouro em todos os presentes.

Luta e amor

Vera Lúcia Bezerra da Silva, ou simplesmente Verinha, foi muito mais do que apenas uma figura na comunidade de Brasília. Ela ajudou a vida de muitos, especialmente daqueles que enfrentavam a batalha contra o câncer.

Desde a infância na cidade de Itaporanga (PB), ela já demonstrava uma sensibilidade especial em relação ao sofrimento dos outros. Esse traço de sua personalidade se fortaleceu ao longo dos anos, especialmente quando ela se estabeleceu em Brasília.

Em 1996, Verinha encontrou de continuidade a sua vocação ao se juntar à Rede Feminina de Combate ao Câncer do Distrito Federal. Foi nessa instituição que ela canalizou todo seu amor e energia para ajudar mulheres em situação de vulnerabilidade social que lutavam contra o câncer. Não se tratava apenas de fornecer cuidados médicos, mas também de oferecer apoio emocional, orientação e, acima de tudo, esperança.

Ao longo dos anos, Verinha se tornou uma pessoa querida e respeitada. Seu comprometimento e liderança inspiraram seus colegas, e também os 270 voluntários que se uniram a ela em 25 projetos. Desde a distribuição de cestas básicas até o fornecimento de próteses mamárias e apoio ao leito, ela estava sempre na linha de frente, demonstrando um amor inabalável pelo próximo.

Seu trabalho incansável não passou despercebido. Verinha recebeu o título de Cidadã Honorária de Brasília em reconhecimento ao seu serviço exemplar à sociedade. Mas, para aqueles que realmente a conheceram, ela era muito mais do que títulos e reconhecimento público. Ela era uma amiga, uma conselheira e um raio de esperança para todos que tiveram o privilégio de conhecê-la.

 

 

Por Agência Brasília* | Edição: Igor Silveira