Golpistas do financiamento fácil enganaram de doméstica a empresário no DF
Empresa chamada ConsultScore promete ajudar a pagar carro que nunca é entregue. Estelionato vem ocorrendo em Taguatinga
Quando o casal chegou ao endereço indicado, o veículo não estava lá. “Apareceram com uma conversa de que não estava disponível no momento e fizeram toda uma enrolação para justificar. Depois de um cadastro, inventaram que o score dela no Serasa estava baixo e não podiam fazer um financiamento”, explica Gabriel.
A solução foi oferecida na hora. O estabelecimento afirma ter um jeito de aumentar o score de maneira rápida. Basta o comprador pagar R$ 1,6 mil e esperar a aprovação posterior. “Eles fizeram tudo parecer muito profissional. Deram um contrato para assinar e tudo o mais”, conta o servidor.
Mesmo a mulher tendo arcado com a quantia, os golpistas entraram em contato novamente com a vítima pedindo mais dinheiro. “Foi aí que fiquei sabendo. A nossa empregada veio pedir dinheiro emprestado para pagar mais R$ 1,8 mil. Na hora que fomos ver, identificamos o golpe”, lamenta Gabriel.
A partir daí, o servidor assumiu as conversas com a loja, que se mostrou irredutível. “Fiz o boletim de ocorrência e pedi para que devolvessem o dinheiro. Fiz isso várias vezes, mas não respondem. Dizem que o contrato foi firmado com uma pessoa só e as negociações são apenas com ela”, destaca.
O caso não ocorreu apenas com uma vítima. Várias queixas no site Reclame Aqui demonstram o mesmo modo de operação da empresa, que promete financiamento fácil e rápido, ainda que isso signifique pagar um grande quantia em dinheiro antes.
Confira as reclamações:
Tanto o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) quanto o Serasa alertam o consumidor que a única maneira de limpar o próprio nome e melhorar a pontuação é negociando e pagando as dívidas. Já a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) diz desconhecer qualquer empresa ou serviço oferecido por terceiros capaz de melhorar o score de crédito dos clientes.
Esse tipo de golpe foi alvo de reportagem pelo Metrópoles em setembro de 2019. Na época, a Divisão de Falsificação e Defraudação (Difraudes) da Polícia Civil disse que o esquema quase sempre tem a compra de automóveis – por terem valores menores e o controle mais frágil quando comparados, por exemplo – vinculada à liberação de dinheiro para a aquisição de um imóvel.
Procurada, a ConsultScore pegou o número telefônico da reportagem para enviar respostas posteriormente, mas não entrou em contato até a última atualização desta matéria. O espaço segue aberto a manifestações.
Adaptações: Alexandre Torres
Guará News