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GDF quadruplica número de servidores públicos expulsos

GDF quadruplica número de servidores públicos expulsos

Segundo Portal da Transparência, 166 foram desligados do GDF em 2019. No ano passado, somente 40. Desde 2003, o governo desconectou 715

Igo Estrela/Metrópoles

IGO ESTRELA/METRÓPOLES

O número de servidores públicos do Distrito Federal expulsos por corrupção e outras infrações graves quadruplicou em 2019, em comparação ao ano anterior. Segundo o Portal da Transparência do DF, no ano passado, o governo puniu 166 pessoas com exoneração, demissão, destituição, exclusão ou cassação de aposentadoria. Ao longo de 2018, foram apenas 40 processos. O aumento foi de 300%.

O recorde de processos havia ocorrido em 2017, quando 64 servidores foram desligados da máquina pública. Ou seja, até então, o governo local (GDF) nunca havia condenado mais de 100 pessoas em um mesmo ano. Entre 2003 e 2019, 715 empregados públicos foram expulsos no total.

Improbidade administrativa, abandono de cargo e conduta escandalosa foram as infrações mais cometidas. De acordo com o Portal da Transparência, houve casos de servidores que apresentaram documentos falsos para obter vantagens.

Ao longo de 2019, o governador Ibaneis Rocha (MDB) fortaleceu o sistema de processos administrativos disciplinares (PADs), dando mais poder à Controladoria-Geral (CGDF). Entre os 166 processos deste ano, após a decisão do governo, 16 servidores conseguiram reduzir a punição para perda de cargo em comissão, reintegração e anulação do desligamento.

Gaveta da burocracia

Na avaliação do professor de direito administrativo, financeiro e presidente do Observatório do Gasto Público da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do DF (OAB-DF), Rui Magalhães Piscitelli, grande parte dos PADsjulgados em 2019 estava parada há anos por questões burocráticas ou gerenciais.

“O que é um problema grave. Muitos destes processos podem prescrever”, alertou. O prazo para demissão de um servidor é de cinco anos após a abertura dos procedimentos administrativos. Suspensão, são dois anos e advertência, 180 dias. “A sociedade brasiliense precisa que os maus servidores sejam responsabilizados. O PAD é a garantia”, pontua.

Transparência

Segundo Magalhães, independentemente do resultado da apuração, o GDF deve divulgar com transparência e clareza a tramitação dos processos. A partir de tabelas e gráficos, o governo precisa informar resultados e prazos de julgamento.

Além da fronteira administrativa e disciplinar, na opinião do especialista, o governo também precisa informar os desdobramentos penais e financeiros. Ou seja, é preciso divulgar se o governo comunicou o caso a órgãos de controle, como o Ministério Público, e se tomou providências para eventual ressarcimento dos cofres públicos.

Adaptações: Alexandre Torres: Guará News