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GDF enfrenta Aedes aegypti em casas vazias ou abandonadas

GDF enfrenta Aedes aegypti em casas vazias ou abandonadas

Nos terrenos baldios, Divisão de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde faz pesquisa de focos, verifica criadouros e aplica produtos para eliminar o mosquito

JÉSSICA ANTUNES, DA AGÊNCIA BRASÍLIA
Dados da Secretaria de Saúde apontam que 92% dos focos do mosquito estão em quintais | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

Mato alto, entulho, calha entupida, piscina descuidada. O cenário de casas vazias ou abandonadas é prato cheio para a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Para combater de forma eficiente, o Governo do Distrito Federal acessa esses terrenos, faz pesquisa de focos, verifica criadouros e aplica produtos para impedir o avanço. Desta vez, a ação foi no Lago Sul (veja mais no vídeo abaixo).

Segundo a Secretaria de Saúde (SES), dados apontam que 92% dos focos do mosquito estão nos quintais das casas. A situação é ainda mais crítica quando não há cuidados com os espaços que sofrem com abandono. Só no Lago Sul, a estimativa é de que mais de 200 endereços estejam nessa situação – e devem ser inspecionados um a um.

“Tivemos 62 óbitos e não podemos mais deixar isso acontecer no DF”Edgar Rodrigues, diretor de Vigilância Ambiental

Na QI 7, um caseiro recém-diagnosticado com dengue acendeu alerta da vizinhança, que procurou o governo para atuar efetivamente no combate ao mosquito em endereços fechados há muito tempo. “Estamos sempre preocupados com casas vazias, que não têm manutenção, para evitar focos. A falta de cuidado é hospedeiro ideal para proliferação do mosquito”, afirma o empresário Pedro Araújo, 66 anos.

De acordo com o morador daquela quadra, três imóveis abandonados ou fechados entre os conjuntos 14 e 15 perturbam a vizinhança. Um deles foi visitado nesta quarta-feira (19). Um funcionário acionado pelos proprietários do imóvel após denúncias recebeu a equipe e permitiu o acesso. Ali, a inspeção foi realizada em busca de criadouros onde o vetor pode desovar, amostras foram colhidas e o tratamento com inseticida larvicida à base de Espinosade foi efetuado.

Diretor de Vigilância Ambiental (Dival), Edgar Rodrigues esclarece que a fêmea do Aedes aegypti deposita até 450 ovos por vez e tem capacidade de fazer cinco posturas durante a vida. Assim, são mais de 2,2 mil ovos ao todo. “Infectado, o mosquito fêmea poderia contaminar toda essa área. Tivemos 62 óbitos e não podemos mais deixar isso acontecer no DF”, ressalta.

Ação interdisciplinar

“Todos os órgãos do GDF, por orientação direta do governador Ibaneis Rocha e do vice-governador Paco Brito, realizam reuniões periódicas e permanentes ao longo desse período crítico para estabelecer providências a serem adotadas e estratégias para não permitir a proliferação do mosquito”, lembra o administrador do Lago Sul, Rubens Santoro Neto.

Ele explica que há uma determinação judicial que permite acessar imóveis abandonados. A entrada forçada, porém, é usada como último recurso. “A administração contata os proprietários para que eles limpem a área ou permitam o acesso das equipes para a limpeza do ambiente. Sem autorização direta, infelizmente temos que valer a intimação, porque a saúde e a vida humana estão acima dos interesses pessoais”, defende.

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Desde 24 de janeiro o DF está em situação de emergência de saúde pública, por tempo indeterminado, em razão da ameaça de epidemia de dengue e outras doenças. De acordo com dados da Secretaria de Saúde, até a última semana de janeiro deste ano foram registrados 1.419 casos da doença no DF, com um óbito confirmado. As informações da pasta apontam ainda que 92% dos focos do mosquito Aedes aegypti estão em quintais de casas particulares.

Esforços

O GDF tem atuado ativamente no enfrentamento ao Aedes aegypti. A partir desta quarta-feira (19), sete hospitais da rede pública de saúde do DF irão receber as Salas de Acolhimento para Casos Suspeitos de Dengue: Planaltina, Região Leste, Asa Norte, Guará, Gama, Brazlândia e Taguatinga.

Equipes do GDF fizeram blitze ambientais em pontos diversos no Lago Sul | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

Todas as regiões administrativas do DF recebem, diariamente, ações de combate e prevenção à dengue. Aos finais de semana, a Secretaria de Saúde tem feito ações de massa em determinadas cidades. Os esforços do governo também envolvem a reabertura da sala de hidratação oral dos hospitais da Região Leste e de Ceilândia para reforçar o atendimento a casos suspeitos; vistorias de imóveis fechados com drones; e capacitação de servidores e contratação de pessoal.

O governador Ibaneis Rocha convocou a população a combater de forma ativa e responsável o mosquito transmissor da dengue. A Unidade de Assuntos Religiosos e a Secretaria de Saúde (SES) lançaram uma campanha em parceria com lideranças religiosas e entidades assistenciais. A ideia é fazer um “dia D” de combate à dengue nos templos religiosos.

Adaptações: Alexandre Torres

Guará News

Dicas para combater a proliferação do Aedes aegypti:

  • Tampe os tonéis e caixas d’água

  • Mantenha calhas sempre limpas

  • Deixe garrafas sempre viradas com o gargalo para baixo

  • Deixe ralos limpos e com aplicação de tela

  • Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia

  • Retire a água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa