O valor representa mais que o dobro da média nacional de rendimento familiar, que é de R$ 5.088,70. Em compensação, os brasilienses também sãos os que mais gastam. Segundo a pesquisa, a despesa média das famílias do DF, a cada mês, é de R$ 9.874,73.
O levantamento foi realizado entre julho de 2017 e julho de 2018, com 976.056 famílias da capital. Segundo o IBGE, o objetivo da pesquisa é avaliar as condições de vida da população.
Mesmo com a alta média de rendimentos, o levantamento aponta a existência de grandes disparidades no Distrito Federal. Segundo a pesquisa, a maioria das famílias da capital (24%) ganha, por mês, entre R$ 2.862 e R$ 5.724.
Na faixa com renda mais baixa, com até R$ 1.908 mensais, estão 12% das famílias brasilienses. Já na parte mais abastada, com rendimento acima de R$ 23.850, aparecem mais de 144 mil famílias da capital, ou seja, 14% do total.
Rendimento médio das famílias do Distrito Federal
Capital possui a maior média do país. Dados estão na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF)
Número de famílias119.305119.30599.12999.129235.653235.653148.972148.972119.473119.473109.498109.498144.026144.026Até R$ 1908Entre R$ 1908 e R$ 2.862Entre R$ 2.862 e R$ 5.724Entre R$ 5.724 e R$ 9.540Entre R$ 9.540 e R$ 14.310Entre R$ 14.310 e R$ 23.850Mais de R$ 23.850050k100k150k200k250k
Fonte: IBGE
Para calcular o rendimento familiar, o IBGE considera:
- rendimentos do trabalho (o salário recebido pela prestação de serviço)
- transferências de renda (valores recebidos de programas governamentais, como Bolsa Família, pensão, aposentadoria, bolsa de estudo, etc, ou recebidos em transações intrafamiliar, como a chamada mesada)
- rendimento de aluguel (e outros associados ao patrimônio de bens móveis ou imóveis)
- outras fontes de renda (distintas do trabalho ou de transferências)
- rendimentos não monetários (atribuído à produção para o próprio consumo ou a doações recebidas de produtos e serviços)
- variação patrimonial (saques de poupança, recebimento de herança, venda de imóveis etc.)
No DF, a maior parte do rendimento vem de salários (61,9%), seguido das transferências (15,8%) e das variações patrimoniais (11,3%).
Esplanada dos Ministérios em 2 de janeiro de 2019 — Foto: TV Globo/Reprodução
Para o doutor em contabilidade e professor da Universidade de Brasília (UnB) Jomar Miranda Rodrigues, os altos índices de rendimentos registrados no DF são resultado dos altos salários recebidos por parte dos moradores da capital.
“Tem gente ganhando aí R$ 45 mil. A variação é muito alta quando olha para esses salários”, afirma.
Ainda de acordo com o professor, média da capital também é puxada por empresários e pelo funcionalismo público.
“Provavelmente, pessoas de alta renda estão ficando sediadas aqui em Brasília. Também tem a ver com o serviço público, já que a capital é a sede do funcionalismo do país. A maioria dessas pessoas já ganha pelo menos R$ 10 mil”, afirma.
Com relação às despesas mensais, o Distrito Federal também tem a maior taxa do país: R$ 9,8 mil. Assim como no rendimento, no entanto, há uma grande diferença entre as famílias que ganham mais e as que recebem menos.
Segundo o levantamento, para famílias que ganham até R$ 1.908, a média das despesas totais fica em R$ 1.817 mil. Já para aqueles com rendimento superior a R$ 23.850, esse número sobe para R$ 30.594.
Passageiro embarca em ônibus do BRT Sul no Distrito Federal — Foto: Gabriel Jabur/GDF/Divulgação
A maioria das despesas dos brasilienses (70,8%) são de consumo – aquisições de bens e serviços utilizados para atender às necessidades e desejos pessoais das famílias e seus integrantes.
O restante é composto por compra de imóveis ou aplicação em investimentos, pagamento de dívidas e impostos, entre outros.
Entre as despesas de consumo, a maior fatia fica com a habitação (24,6%), seguida por transporte (14,9%), alimentação (8,9%), assistência à saúde (6,6%) e educação (4,5%).
Adaptações: Alexandre Torres
Guará News