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Entenda melhor o que é o autismo e como lidar com pessoas com está síndrome, hoje na CLDF ás 15 horas reunião para discussão sobre o assunto

Entenda melhor o que é o autismo e como lidar com pessoas com está síndrome, hoje na CLDF ás 15 horas reunião para discussão sobre o assunto

Guará DF, 03 de abril de 2023

Adaptações e pesquisa

Alexandre Torres

Guará News

 

 

O Deputado Eduardo Pedrosa lança hoje a FRENTE PARLAMENTAR DE DEFESA DAS PESSOAS COM AUTISMO. PARTICIPE

autismo é um transtorno no desenvolvimento do cérebro que afeta a capacidade de relacionamento com pessoas e o ambiente.

GDF tem quatro centros especializados para pessoas com autismo

Após o diagnóstico feito pelas unidades básicas de saúde, a regulação direciona o paciente para tratamento nessas unidades

Thaís Miranda, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi definido, em 2007, pela Organização das Nações Unidas e é comemorado em 2 de abril. No DF, estima-se que mais de 13 mil pessoas tenham o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para oferecer o suporte necessário a quem precisa, o Governo do Distrito Federal (GDF) dispõe de quatro centros especializados em reabilitação (CERs), que têm como foco o atendimento, diagnóstico e tratamento desse transtorno.

Eliane Aguiar procurou atendimento para a filha Antonella e foi encaminhada ao HAB: “O atendimento aqui é maravilhoso” | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Um deles, localizado no Hospital de Apoio (HAB), destaca-se no acolhimento às famílias e crianças diagnosticadas com autismo. O CER do HAB foi criado em 2016 para acolher pacientes com a síndrome congênita associada à infecção pelo vírus zika. Depois de concluir seu objetivo, em 2017, o espaço mudou o perfil de atendimento.

A equipe multidisciplinar, composta por médicos neuropediatras e psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos e assistentes sociais, concentra os esforços em promover o melhor atendimento. Isso inclui o enfoque nos procedimentos preventivos.

“Somos referência no atendimento e tratamento de jovens de até 14 anos com autismo”, afirma a neuropediatra Denize Bonfim, que atua no CER. “O importante é que a criança seja diagnosticada o mais cedo possível, de preferência antes dos 4 anos, pois nessa faixa etária o tratamento multidisciplinar é crucial para o seu bom desenvolvimento.”

Acolhimento

“Nosso objetivo é viabilizar o acesso ao que é de direito a essa criança e à sua família”Jozyanne da Silva, assistente social do HAB

Além de todo o suporte oferecido à criança, os pais e as mães também contam com o acolhimento da equipe. Profissionais da psicologia e assistência social atuam nas demandas individuais de cada família e trabalham no manejo comportamental dos envolvidos a fim de proporcionar um ambiente familiar adequado para amparar a criança recém-diagnosticada.

“O que nós fazemos no serviço social é um recorte social de quem está sendo atendido”, explica a assistente social Jozyanne da Silva. “Quando essas famílias chegam aqui, elas trazem muitas demandas sociais, que perpassam não só a vulnerabilidade e o risco social, mas também a dificuldade no acesso aos serviços. Nosso objetivo é viabilizar o acesso ao que é de direito a essa criança e à sua família.”

Eliane Aguiar é servidora pública e mãe da pequena Antonella, de dois anos. As duas frequentam o tratamento no HAB desde abril do ano passado. “O atendimento aqui é maravilhoso”, diz. “Inicialmente buscamos atendimento no posto de saúde na Asa Norte e, então, fomos encaminhadas para o Hospital de Apoio. A Antonella faz de tudo aqui: fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional.”

O CER do Hospital de Apoio funciona de segunda a sexta-feira, exceto às quartas-feiras. Somente em 2022, foram registrados mais de 1,8 mil atendimentos. A cada semana, o Centro recebe, em média, oito novas crianças para darem início ao tratamento.

Centros especializados

Para obter o diagnóstico do transtorno, o primeiro passo é ir à unidade básica de saúde (UBS) de referência. Após isso, a equipe de regulação vai direcionar o paciente a um dos centros que mais se adequem ao perfil.

Confira, abaixo, as demais unidades do Centro Especializado em Reabilitação no DF:

→ Hospital de Apoio de Brasília – AENW 3, Lote A, Noroeste; telefone: 2017.1145
→ CER II – AE 16, Taguatinga; telefone 2017.1145, ramal 4270
→ Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni –  SGAN 909, Lote C, Asa Norte; telefone 3349.9944
→ Centro de Orientação Médico-psicopedagógica – Setor Hospitalar Norte, ao lado do Hemocentro; telefone 2017.1992.

 

Dicas para conviver melhor com uma pessoa autista

A convivência com uma pessoa autista tende a ser complexa.

Quem não possui conhecimento sobre autismo pode ter dificuldades para entender certos comportamentos. Até familiares e amigos que conhecem o indivíduo podem se surpreender com suas atitudes, apesar da convivência diária.

Para começar, vamos conversar sobre as características do autismo para aprofundar o seu conhecimento sobre essa condição. Dessa forma, você terá uma base melhor para compreender o comportamento da pessoa com quem convive.

No entanto, vale ressaltar que, além de buscar informação, é preciso exercer a paciência e a compreensão para se ter uma boa convivência.

O que é autismo?

O DSM V define o transtorno do espectro do autismo (TEA) como uma condição neurológica, a qual afeta o funcionamento pessoal, social, acadêmico e/ou profissional. Ele é notado logo na infância, sendo a idade escolar a faixa mais etária em que o transtorno se torna mais evidente.

O autismo é caracterizado por dificuldades na comunicação e em interações sociais e padrões de comportamento repetitivos e restritos. Os indivíduos com TEA também apresentam interesses em atividades ou hobbies específicos.

Eles dedicam muito tempo ao aprendizado ou execução deste interesse.

Dificuldades de interação social 

Em decorrência do déficit na comunicação, o indivíduo com TEA não consegue iniciar, responder ou manter interações sociais, bem como compartilhar emoções com facilidade. A interpretação da linguagem corporal e das expressões faciais também é um desafio.

Sendo assim, ele pode dizer coisas inapropriadas ou ofensivas (por não compreendê-las) e ser incapaz de identificar se a outra pessoa ficou chateada ou não. Caso ela expresse os seus sentimentos, ele não conseguirá compreendê-los.

A pessoa autista também vê o contato visual como indesejável. Ela rapidamente desvia o olhar quando ele é feito acidentalmente ou conduz uma conversa sem olhar para o indivíduo com quem está dialogando.

Esses déficits comportamentais podem impedir a formação de amizades e o ajustamento do comportamento em diferentes contextos.

A pessoa com TEA geralmente não compreende rituais sociais e porque às vezes é necessário ter uma conduta mais silenciosa e, em outras, mais extrovertida.

Padrões comportamentais repetitivos

As condutas repetitivas não devem ser reprimidas, pois ajudam a controlar o estresse e emoções negativas. Pessoas com TEA se sentem facilmente sobrecarregadas e podem manifestar algumas dessas condutas para sentirem-se melhor.

Os movimentos repetitivos são os mais comuns, como agitar as mãos, estalar os dedos múltiplas vezes, alinhar brinquedos ou objetos pessoais, separar alimentos no prato e ecolalia (repetição de frases ou palavras).

A pessoa autista também pode apresentar ansiedade ao se deparar com mudanças em suas refeições, roupas ou tradições familiares.

Embora não compreendam rituais sociais muito bem, indivíduos com TEA desenvolvem rituais próprios (podendo envolver os membros da família) e se apegam a eles.

Dicas para conviver melhor com uma pessoa autista

Quando algum fator está fora do lugar, ficam preocupados. Eles precisam de um período maior para se acostumar com mudanças repentinas.

A fixação em interesses específicos também se encaixa nos padrões comportamentais. Ela provoca a preocupação exagerada com o objeto de interesse e, novamente, quando há alguma anormalidade, a ansiedade retorna.

Por fim, reações exageradas a estímulos sensoriais são comuns, como gritar, bater as mãos na cabeça ou bater uma perna no chão, chutar uma parede e/ou se espernear no chão. Barulhos altos, cheiros fortes e luzes ofuscantes são exemplos de estímulos desagradáveis.

Entendendo o espectro autista

Os padrões comportamentais descritos acima podem ser exibidos em maior ou menor grau, conforme o “nível de autismo” da pessoa. Ou seja, o indivíduo autista com quem você convive pode manifestar mais condutas repetitivas ou ter mais dificuldade para se expressar.

Todavia algumas características, como a dificuldade de ler emoções, são comuns em todos os casos.

Quando o tratamento é iniciado nos primeiros anos de vida, a criança autista consegue superar alguns desafios recorrentes desta condição neurológica.

Ela pode ser mais expressiva e sociável em comparação aos adolescentes, jovens e adultos que não tiveram acesso aos mesmos recursos.

De acordo com o DSM V, uma das teorias atuais sobre o TEA diz respeito à “cegueira mental”. Ela supostamente interfere na capacidade de se colocar no lugar de outro indivíduo. Em outras palavras, a empatia não seria muito desenvolvida em pessoas que incluídas no espectro autista.

Além disso, não conseguiriam entender porque são mal compreendidas pelos demais, ou porque terceiros não compreendem os meios que usam para se comunicar. Afinal, para elas, o seu comportamento é completamente lógico!

Por isso, é preciso observar cada pessoa para discernir os fatores marcantes em sua conduta. Nunca se deve julgar que todas as pessoas com TEA são iguais.

Dependendo do grau e da resposta ao tratamento, muitas são altamente funcionais e trabalham, estudam, conversam e até estão nas redes sociais.

A americana Temple Gardin é um exemplo. Ela é uma das personalidades autistas mais famosas e certamente aparecerá em suas pesquisas sobre o assunto. Graduada na Universidade Estadual de Colorado, se tornou uma renomada professora e pesquisadora na área de ciência animal.

Ao entender que “cada caso é um caso”, você conseguirá reagir melhor aos comportamentos atípicos e, consequentemente, tornar a convivência mais agradável para ambos.