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DF lidera ranking de testagem para Covid-19; acesso é menor nas famílias mais pobres

Por Carolina Cruz, G1 DF

Adaptações: Alexandre Tores

Guará News

Testes rápidos para Covid-19 no Distrito Federal  — Foto: Breno Esaki/Agência Saúde

Testes rápidos para Covid-19 no Distrito Federal — Foto: Breno Esaki/Agência Saúde

O estudo indica que, apesar do índice de testagem, a população de menor renda na capital teve menos acesso aos exames. Nos últimos meses, usuários da rede pública têm reclamado da falta de testes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que se tornaram os principais locais de diagnóstico após desativação dos postos itinerantes (saiba mais abaixo).

Nas famílias com renda per capita (por pessoa) inferior a meio salário mínimo, equivalente a R$ 522,50, o percentual de testagem é o menor, de 11%. Veja a taxa por faixa de rendimento:

  • Menos de R$ 522,50: 11,1%
  • De R$ 522,50 a R$ 1.045: 21,2%
  • De R$ 1.045 a menos de R$ 2.090: 25,4%
  • De R$ 2.090 a menos de R$ 4.180: 18,6%
  • Mais de R$ 4.180: 23,7%

Em todos os grupos, o percentual de pessoas que testaram para Covid-19 no DF está acima do índice nacional. Entre os moradores mais ricos, a capital tem 9,5 pontos percentuais acima da média do país, que é de 14,2%.

A capital registrava até a noite de quinta (20), 143.759 infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. Desse número, 124.876 (86,9%) são pacientes recuperados. O total de mortes chega a 2.200.

Ranking nacional

Enquanto o DF lidera a taxa de testagens no país, o Amapá fica em segundo lugar, com 11%, e o Piauí em terceiro, com 10,5%. Para todos os demais estados, o IBGE estima que mais de 90% dos moradores não realizaram nenhum teste desde o início da pandemia.

Considerando o tipo de teste, dos 13,3 milhões de brasileiros que fizeram algum exame, 4,7 milhões optaram pelo RT-PCR (swab nasal), que usa um cotonete para colher o material genético do paciente. Além disso, 6,4 milhões fizeram o teste rápido com coleta de sangue através do furo no dedo, enquanto 4 milhões coletaram o sangue através da veia no braço.

Veja abaixo o percentual de testagem por UF:

  • Distrito Federal: 16,7%
  • Amapá: 11%
  • Piauí: 10,5%
  • Roraima: 9,5%
  • Goiás: 7,9%
  • Alagoas: 7,7%
  • Rio Grande do Norte: 7,6%
  • Pará: 7,4%
  • Paraíba: 7,2%
  • Amazonas: 7%
  • Espírito Santo: 7%
  • Mato Grosso: 6,9%
  • Rio de Janeiro: 6,8%
  • São Paulo: 6,7%
  • Ceará: 6,4%
  • Maranhão: 6,1%
  • Bahia: 6,1%
  • Rondônia: 5,9%
  • Sergipe: 5,9%
  • Tocantins: 5,6%
  • Acre: 5,1%
  • Mato Grosso do Sul: 5,1%
  • Santa Catarina: 5%
  • Minas Gerais: 4,5%
  • Paraná: 4,5%
  • Rio Grande do Sul: 4,5%
  • Pernambuco: 4,1%

Falta de testes

O mais recente balanço da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) sobre os exames para detecção do novo coronavírus na capital, atualizado até 12 de agosto, indica que foram realizados 477.716 testes. Destes, 402.619 foram teste rápido, ou seja 84%. Os demais, 75.097 são do tipo RT-PCR.

O teste rápido é indicado para quem apresenta sintomas por mais de 10 dias e pode indicar o desenvolvimento de anticorpos para a doença, usado para analisar a imunidade contra a Covid-19. Já o teste RT-PCR é voltado para quem está na primeira semana de sinais da doença.

Mais da metade dos testes rápidos na capital foi realizada nos postos drive-thru. Uma semana antes de serem desativados, em junho, eles foram responsáveis por 215.300 dos testes deste tipo. Já a testagem itinerante – postos de acesso para quem não tem carro fora das UBS’s –, resultou em 30,4 mil exames até meados de junho.

Atualmente, a Secretaria de Saúde mantém exames apenas nas UBS’s e, no caso de atendimento de emergência, nos hospitais regionais.

Portal Covid-19, onde o governo publica os registros da doença, há apenas o estoque de testes nos hospitais, sem o detalhamento da quantidade de kits para diagnóstico nas Unidades Básicas de Saúde, onde usuários reclamam da falta do exame.