Deputados barram tentativa do GDF de tirar limite de indicados políticos em cargos de confiança
Pela regra em vigor, 50% dos cargos comissionados devem ser preenchidos por servidores de carreira. Pelo menos 4 administrações regionais descumprem norma.
Por Gabriel Luiz, TV Globo
Adaptações: Alexandre Torres
Guará News
Fachada da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) — Foto: Marília Marques/G1
A proposta de autoria do Executivo foi encaminhada à CLDF no ano passado. Na prática, o projeto retirava da Lei Orgânica do DF a reserva de 50% de todos os cargos comissionados do Poder Público, permitindo então a nomeações de apadrinhados de autoridades sem qualquer restrição quantitativa entre as vagas disponíveis.
A lei considera o percentual limite na soma dos cargos de todo funcionalismo público. Em alguns órgãos, individualmente, o número de comissionados sem concurso público pode ultrapassar a maioria. É o que ocorre atualmente em administrações regionais, que chegam a ter 100% dos cargos ocupados por indicados sem carreira pública (saiba mais abaixo).
Para o relator do projeto, o deputado Reginaldo Veras (PDT) a proposta é “imoral” e, se fosse aprovada, “aumentaria o cabideiro de emprego e o ‘toma lá, dá cá’.”
Apesar da rejeição, o Secretário de Relações Parlamentares, Bispo Renato Andrade, disse que vai apresentar recurso para o que projeto seja votado em plenário. Segundo o secretário, “o governo já cumpre a legislação e só quer regularizar a situação”.
A edição do Diário Oficial do DF publicada nesta quarta-feira (22) divulga uma tabela que detalha a quantidade de comissionados em cada área do governo. Em quatro administrações regionais, mais de 50% deles não são concursados. Veja proporção:
- Pôr do Sol/Sol Nascente: 100%
- Arniqueira: 95%
- Parkway: 90,9%
- Planaltina: 90,8%