armadilha para mosquito reduz casos de dengue em 76%
Iniciativa da Associação dos Biólogos do Distrito Federal calcula ter evitado que mais de 15 mil ovos do mosquito se desenvolvessem

A campanha foi batizada de Xô, Mosquito. Coordenada pela Associação dos Biólogos do Distrito Federal (Assbio-DF) e sem apoio de dinheiro público, todo o trabalho é feito com o intuito de localizar focos do mosquito da dengue antes que ele comece a proliferação. “O monitoramento é um processo básico que não tem sido feito”, afirma o presidente Leonardo Pepino.
São 80 armadilhas de baixo custo para o Aedes aegypti espalhadas pela cidade. Com garrafas PET reutilizadas e papel adesivo, as arapucas são pequenas e colocadas em locais quase imperceptíveis, com 200 metros de distância uma da outra. “A gente utiliza ainda mais dois produtos: levedo e a bactéria Bacillus Thuringiensis Israelensis (BTI), com a ajuda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na área de recursos genéticos e biotecnologia. Enquanto o primeiro serve para, em contato com água, exalar um odor que atrai o mosquito, o segundo evita que as larvas se desenvolvam”, explica Leonardo.
Ao todo, em 2020, 15.245 ovos foram retirados de circulação com o monitoramento, que não tem como fim matar o mosquito. “Nós fazemos o mapeamento de onde está acontecendo a maior incidência de ovos. A contagem das armadilhas ajuda a sabermos os locais críticos, mas, indiretamente, estamos fazendo o controle também”, comenta o presidente.
O trabalho fez com que o número de casos de dengue caísse de 113 nos dois primeiros meses de 2019 para 27 em 2020, o sexto menor registro entre as RAs. Com taxa de 73,43 casos a cada 100 mil habitantes, a cidade também se posiciona em sexto entre as 31 cidades relacionadas no informativo divulgado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Adaptações: Alexandre Torres
Guará News