O servidor da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e especialista em cirurgias de joelho é conhecido por participar de rachas em vários pontos da capital do país. Na última quarta-feira (21/8), ele atingiu a vítima no momento em que diversas pessoas acompanhavam um “pega” entre a BMW dele com outro veículo de mesma marca.
A pessoa atingida era um dos espectadores da competição ilegal. Ao parar o carro, descer do veículo e ouvir pedidos da vítima para que chamassem socorro, Humberto se aproximou e disse para ninguém telefonar ao Corpo de Bombeiros ou ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Eu sou médico e vou resolver”, afirmou o motorista da M6.
Humberto chegou a dizer à vítima que ela “estava no meio da pista” e, contrariando todas as orientações para nunca movimentar uma pessoa acidentada sem atender aos protocolos adequados, o médico decidiu tirar a vítima do local do crime.
O ortopedista perguntou se a vítima “tinha convênio” e, com a ajuda de outros racheiros, colocou a vítima no banco traseiro da BMW. Diante da resposta negativa do espectador sobre o plano de saúde, Humberto levou o atropelado para o Hospital de Base (HBDF).
Após estacionar a M6, que ficou com avarias no para-lamas e no retrovisor, o médico e a segunda espectadora ajudaram a vítima a entrar no hospital. No entanto, a coluna Na Mira não identificou a entrada formal da vítima na unidade de saúde nem verificou que tenha havido abertura de prontuário ou o início de qualquer outro procedimento no HBDF que apontasse o atendimento do paciente.
Por meio de nota, o Iges-DF, responsável pela gestão do Hospital de Base, informou que o caso é apurado internamente e que as informações a respeito do ocorrido serão “tratadas com as autoridades competentes”.
Investigação policial
Por meio de uma apuração exclusiva, a coluna Na Mira, do Metrópoles, flagrou um grave acidente durante um racha clandestino nas proximidades da Papuda, em São Sebastião. O envolvido era o renomado ortopedista da rede pública de saúde do Distrito Federal.
A divulgação de informações sobre a corrida clandestina que resultou no atropelamento de um jovem levou a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) a iniciar investigação, conduzida pela 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião).
Agora, os policiais trabalham para identificar todos os participantes do racha e apurar a responsabilidade do médico ao causar o acidente e colocar em risco um grupo de pessoas que estava no local, ao transitar em alta velocidade em uma via que nem sequer tinha iluminação.
