Análise consta em plano operacional do governo. Pelo menos 13 membros da seleção venezuelana hospedados em Brasília foram diagnosticados com novo coronavírus; partida de estreia é neste domingo (13).
Por Marília Marques, G1 DF
Adaptações: Alexandre Torres
Guará News
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, Brasília — Foto: Andre Borges/Agência Brasília
“A mobilização de pessoas aumenta o risco de entrada de novas variantes do SARS-CoV-2, bem como o risco de introdução e propagação de outros agentes infecciosos causadores de doenças de importância para saúde pública”, diz trecho do documento.
A partida de estreia entre Brasil e Venezuela está marcada para as 18h deste domingo (13), no Estádio Nacional Mané Garrincha. No sábado (12), a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) confirmou que pelo menos 13 membros da delegação venezuelana foram diagnosticados com Covid-19.
Os jogadores infectados e parte da comissão técnica estão isolados em um hotel na Asa Norte. O governo local confirma o diagnóstico e diz que monitora os casos.
“Todos estão assintomáticos, isolados em quartos individuais e seguem monitorados pela equipe da Conmebol e pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs).”
Segundo o plano operacional da Secretaria de Saúde, as diretorias responsáveis pela análise epidemiológica na capital analisaram os “riscos sanitários” que uma competição internacional pode trazer, como surtose o aparecimento, inclusive, de doenças “geralmente não circulantes no Brasil”.
As áreas técnicas identificaram os seguintes riscos:
- Doenças infecciosas: sarampo, rubéola, influenza A (H1N1) e H3N2, norovírus, varicela, difteria, coqueluche, cólera, poliomielite por vírus selvagem, poliomielite derivado da vacina, febre tifóide, Febre de Lassa, Febre Amarela, novas cepas da Covid-19.
- Doenças de transmissão hídrica/alimentar: Salmonella e hepatite E, norovírus, cólera, listeriose;
- Doenças vetoriais: malária, Febre do Nilo Ocidental (FNO), doença de Lyme, Encefalite japonesa;
- Zoonoses: febre do Vale do Rift, tularemia, margburg, vírus Nipah, doença de Lyme;
- Doenças por transmissão sanguínea e sexual: Aids, sífilis, gonorreia, hepatites B e C e clamídia, HPV.
O procedimento de análise é comum para grandes eventos, como as competições internacionais. Para o levantamento, a equipe técnica avaliou os surtos e eventos de saúde monitorados nos últimos seis meses nos 10 países selecionados para a Copa América 2021.
Outras medidas
O documento traz ainda orientações e medidas que deverão ser tomadas pelos órgãos de Vigilância à Saúde durante a competição internacional. O objetivo, segundo o texto, é manter sob controle o cenário epidemiológico para diversas doenças.
Para isso, as equipes de saúde visitaram os cinco hotéis da cidade que hospedam as seleções que participam de jogos em Brasília. De acordo com a secretária adjunta de Assistência à Saúde, Raquel Beviláqua, as orientações para prevenção das doenças “estão disponibilizadas de forma acessível e de rápida leitura”.
“É importante acrescentar o papel fundamental de cada um no combate à pandemia, como o uso de máscaras, higienização das mãos e evitar aglomerações.”
O evento será realizado no momento em que a capital federal contabiliza 8.937 mil mortes e 416,1 mil infectados com o novo coronavírus.