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Retrospectiva 2020: economia e emprego, confira como foi

Por Pedro Alves, G1 DF

Depois de um início de ano cheio de expectativas de reaquecimento da economia, a pandemia do novo coronavírus chegou como um balde de água fria. No Distrito Federal, assim como no restante do país e do mundo, a economia sofreu um baque: com a maioria do comércio e serviços fechados por boa parte do ano, a esperança de melhora ficou ainda mais distante.

Segundo os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), referentes a outubro, o setor de serviços – pilar principal da economia do DF – teve queda de 9,2% em 2020. No comércio, a redução no volume de vendas foi de 5%. Já o desemprego atingiu, em novembro, 242 mil pessoas na capital.

Enquanto isso, os preços sobem. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, indica que o ano deve terminar com alta de 3,33% no DF, puxado principalmente pelos alimentos e bebidas, que ficaram 10,6% mais caros no acumulado de 2020.

Veja abaixo destaques da economia do DF em 2020

 

  • Desemprego

 

O ano de 2019 já tinha sido difícil em relação ao desemprego no Distrito Federal. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o ano passado terminou com 208 mil desempregados no Distrito Federal. Eram 10 mil a mais que o registrado em janeiro.

A pandemia agravou ainda mais essa situação. Segundo os dados do IBGE, entre maio e novembro de 2020, a taxa de desemprego no DF cresceu mais de quatro pontos percentuais: de 11,6% para 15,4%. As estatísticas apontam que, no mês passado, 242 mil pessoas com mais de 14 anos e que estavam ativamente procurando trabalho não tinham emprego.

Taxa de desemprego no DF
Proporção de desempregados entre o total da população em idade e condições de trabalho (%)
Fonte: IBGE

  • Comércio

 

A pandemia da Covid-19 também teve impacto negativo no comércio. Lojas e shoppings ficaram dois meses fechados, de março a maio, para restringir a circulação do novo coronavírus. O efeito das medidas pôde ser sentido pelos empresários da capital.

Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE, em 2019, o DF acumulou crescimento de 1,2% nas vendas no varejo. Em março, com a chegada da pandemia e as primeiras restrições para a frear a Covid-19, o impacto no comércio foi imediato.

O mês teve queda de 11,4% no volume de vendas no comércio varejistae, em abril, o resultado foi ainda pior: redução de 17,5%. Em maio, houve um pequeno crescimento e, o mês seguinte, após a reabertura do comércio na capital, foi o de maior recuperação, com aumento de 12,1%.

Ainda assim, os dados mais recentes, referentes a outubro, apontam que o setor termina o ano em baixa, com queda acumulada de 5% em 2020.

  • Serviços

 

Nos serviços, principal pilar econômico da capital federal, o impacto foi ainda maior. Em 2019, o setor terminou o ano com em crescimento, uma alta acumulada de 3,2%.

No entanto, com a chegada da pandemia, os serviços também foram afetados pelas restrições impostas pelo isolamento social e o aumento do desemprego. A queda mais acentuada ocorreu em maio, quando a receita do setor teve redução de 13,2%, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços, do IBGE.

A recuperação vista desde junho também não foi suficiente para reverter o prejuízo e o acumulado do ano é, até outubro, de queda de 8,5% na receita. No turismo, o peso da pandemia foi ainda mais sentido: o setor teve redução de 43,4% na receita em 2020.

Enquanto a economia se enfraquecia, o preço dos produtos em Brasília crescia. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação acumulada do ano no DF ficou em 2,26%, até novembro. O índice é o menor entre as capitais do país.

No entanto, o aumento dos preços de produtos de consumo diário fez o consumidor sentir o impacto da inflação. Alimentação e bebidas, por exemplo, foram os itens que mais tiveram alta, de 10,6%, e puxaram o índice deste ano. Veja alguns índices:

  • Arroz: aumento de 65,7% até novembro de 2020
  • Feijão: aumento de 41,3% até novembro de 2020
  • Legumes: aumento de 51,28% até novembro de 2020
  • Frutas: aumento de 10,5% até novembro de 2020
  • Verduras: aumento de 13,3% até novembro de 2020
  • Carnes: aumento de 11,7% até novembro de 2020

 

Contas públicas

Apesar do ano difícil na economia local, as contas do governo do DF terminam 2020 no azul. Segundo a Secretaria de Economia, a arrecadação de impostos entre janeiro e novembro foi de R$ 15,8 bilhões de reais, R$ 700 milhões a mais que no ano anterior.

De acordo com a pasta, as contas terão superávit de R$ 217 milhões. O GDF afirma que o resultado foi possível com a venda da CEB Distribuição, privatizada por R$ 2,5 bilhões, e com o Programa de Regularização Fiscal (Refis 2020), que deve trazer mais de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.

O GDF afirma que a situação “garante um caixa bem mais robusto para investimentos na cidade”.

Adaptações: Alexandre Torres

Guará News