Preso deleta conteúdo de celular remotamente e vira alvo da PCDF
Os policiais conseguiram recuperar os dados junto à fabricante do aparelho por meio de medidas judiciais
Ele foi detido no âmbito da Operação Rota da Sede, deflagrada em 2019. Objetivo era desarticular a associação criminosa que atuava no setor H Norte, em Taguatinga. À época, 30 pessoas foram presas e tiveram seus celulares apreendidos.
“Um dos líderes da organização criminosa, todavia, mesmo preso, conseguiu concretizar uma manobra e deletar remotamente a memória do seu Iphone com a finalidade de destruir provas”, acrescentou o delegado Erick Sallum da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri).
Os policiais, no entanto, conseguiram recuperar os dados junto à fabricante do aparelho por meio de medidas judiciais. A partir dessas informações, foi possível identificar a origem dos comandos dados para a restauração do aparelho celular.
A Corpatri, então, deslacrou a Operação Pinpoint na manha desta terça-feira (14/04). Foram cumpridos cinco mandados de buscas e apreensão. Entre os endereços, está a casa da mulher do preso, assim como residências vinculadas aos amigos dele.
A mulher e amigos foram identificados como partícipes no envio do comando de reset pela internet. Todos os envolvidos foram indiciados pelo crime de obstrução de Justiça.
Cerca de 12 investigados na Operação Rota da Seda estão presos preventivamente. O processo criminal está em fase de sentença. Aproximadamente 10 veículos de alto custo, entre eles BMWs, Evokes e caminhonetes permanecem apreendidos. O Ministério Público efetivou pedido para que fossem direcionados para uso pela PCDF.
Rota da Seda
A megaoperação deflagrada pela Polícia Civil expôs esquema milionário de desmanche enraizado na capital federal há ao menos uma década. Em depoimento aos investigadores, empresários brasilienses confessaram que encomendavam peças de carros a criminosos de Campinas (SP).
Os carros eram roubados e furtados no município paulista de acordo com a demanda dos clientes, especialmente no Setor H Norte, em Taguatinga. Ao Metrópoles, o Departamento de Trânsito (Detran) admitiu que a fiscalização às lojas de autopeças não era feita na capital do país.
“Interceptações telefônicas revelaram que, quando um cliente ia na loja e pedia uma peça que não tinha, os comerciantes faziam conexão com os bandidos e pediam para roubar determinado produto. Também era comum ladrões de carro do DF percorrerem essas lojas no Setor H Norte em Taguatinga oferecendo pacotes com peças de veículos furtados”
DELEGADO ERICK SALLUM
Confira conversas de WhatsApp que integram o inquérito policial. Nos diálogos, a negociação é feita com comerciantes do DF e fornecedores paulistas.

PCDF

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Ainda de acordo com Sallum, carros populares eram os principais alvos, pois são mais comuns no mercado. “Os criminosos não escolhiam um perfil específico de vítima, agiam por oportunidade. A obtenção dos veículos também era feita por meio de golpes de financiamentos. Compravam carros em nome de laranjas e não pagam a dívida. Outros alugavam os automóveis com nomes falsos e desmanchavam nos galpões destinados para esse fim”, completou.
As contas dos investigados foram bloqueadas por ordem judicial. Eles também estão proibidos de vender carros e imóveis. Durante as buscas nas cidades de Campinas, Valinhos, Hortolândia, Indaiatuba, Brasília, Goiânia e Águas Lindas, os policiais encontraram 2 mil euros. R$ 90 mil em espécie, além de armas, coleção com 20 relógios importados, carros e jet ski.