A vítima em questão deveria apagar todos contatos e mensagens antes da morte, a fim de livrar os membros do grupo de qualquer suspeita
atualizado 30/09/2021 21:38
Integrantes do grupo precisavam seguir determinadas normas quando alguém praticava o suicídio sob orientação de um dos moderadores. A vítima em questão deveria apagar todos contatos e mensagens antes da morte, a fim de livrar os membros do grupo de qualquer responsabilidade relativa à instigação e ao auxílio ao suicídio.
A gamer de 21 anos, que morava no Paranoá e morreu em 3 de fevereiro após ser induzida a ingerir uma substância tóxica, era integrante do grupo. Ela postou mensagens no CTBus pouco antes de ser socorrida pelos pais e morrer duas horas depois, no Hospital Regional do Paranoá. A jovem narrou que estava com taquicardia após ingerir a medicação e tinha um gosto intenso de sal na boca.
Veja mensagens trocadas no CTBus:
A jovem do Paranoá não apagou as mensagens trocadas no grupo e possibilitou que a Polícia Civil avançasse nas investigações. Depois de suspeitarem que a vítima havia morrido após ingerir a substância, administradores a removeram do grupo, poucas horas após o óbito.
Antes da morte da gamer, conversas travadas no CTBus indicavam, inclusive, a quantidade da substância associada ao peso que seria suficiente para levar ao resultado morte.
O silêncio camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.
Depressão, esquizofrenia e o uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida. Problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.
Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode te ajudar. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias.
Disque 188
A cada mês, em média, mil pessoas procuram ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV). São 33 casos por dia, ou mais de um por hora. Se não for tratada, a depressão pode levar a atitudes extremas.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada dia, 32 pessoas cometem suicídio no Brasil. Hoje, o CVV é um dos poucos serviços em Brasília em que se pode encontrar ajuda de graça. Cerca de 50 voluntários atendem 24 horas por dia a quem precisa.