Identificamos problemas em pelo menos quatro unidades de saúde à frente da imunização de pessoas com mais de 80 anos
ATUALIZADO 01/02/2021 14:58
Aglomeração e desconforto na UBS 2 da Asa Norte e nas UBSs 5 e 7 de Ceilândia.
No local, sob calor intenso, os idosos aguardam debaixo de árvores pela vacinação.
Servidores informaram que as primeiras doses começaram por volta das 10h, antecipando o horário previsto pela Secretaria de Saúde, de iniciar o processo de imunização às 13h nesta segunda.
A aposentada Cleumar Leite Gomes, 82 anos, conseguiu se vacinar às 13h50. “Cheguei por volta das 10h. Já havia começado. Acredito que ninguém quer mais esperar. Por isso, está tão cheio assim no primeiro dia. Estou feliz com a minha dose. Não dói nadinha. A próxima será em 1° de março. Não vejo o momento de acabar logo com o medo desse vírus”, afirmou.
No local, também não há água disponível aos idosos.
Uma enfermeira, que preferiu não se identificar, reclamou de desorganização. “Eu trouxe a minha avó, de 81 anos. Ela é cadeirante e tem limitações. Estou aqui para ela tomar a dose, e ninguém sabe me informar quanto tempo teremos de esperar. Está muito confuso. Os próprios idosos que se organizaram em fila.”
Ceilândia
Sol, alta temperatura e aglomeração foram alguns dos obstáculos enfrentados por idosos durante a vacinação nas UBSs 5 e 7 de Ceilândia.
A aposentada Fátima Leite, 63, ficou preocupada com a mãe, Nativa Vasconcelos Leite, 82. A idosa aguardou dentro do carro da família enquanto a filha guardava o lugar na fila.
“É cansativo para pessoas idosas. Minha mãe veio com a família, mas muitas estão sozinhas. É difícil um idoso aguardar assim”, lamentou Fátima, logo após Nativa receber a primeira dose na UBS 7, no Setor O.
Para otimizar a vacinação, a equipe da UBS do Setor O preparou, além da sala interna, uma área externa para atender aos idosos. Não foi possível providenciar água devido às precauções contra o novo coronavírus. No entanto, os funcionários da Secretaria de Saúde se disponibilizaram a atender dentro de veículos aqueles que tiverem disponibilidade de locomoção.
A vigilante Maria Conceição Carvalho, 58, adotou uma estratégia parecida para ajudar as familiares. “Nesse calor, fica difícil, porque a fila está muito lenta. Vim com a minha mãe, de 92, e a minha tia, de 86, que é deficiente. Ela toma muitos remédios e preciso assisti-la, mas está impaciente esperando no carro”, afirmou. Maria Pedrina da Silva e Dejanira Carvalho receberam a vacina dentro do carro.
Os que chegaram mais cedo esperaram menos e não relataram dificuldades. Maria Pedrina da Silva, 97, mostrou-se contente com a primeira dose . Ela, agora, não vê a hora de abraçar toda a família.
Antecipação
O secretário adjunto de Assistência à Saúde, Petrus Leonardo Barron Sanchez, informou que a vacinação precisou ser antecipada nas unidades da Asa Norte, do Guará, Cruzeiro Velho, de Planaltina e Sobradinho. “Percebemos que ocorreu muito cedo a chegada dos idosos para formar filas. Como ocorreu a chegada de maneira precipitada, fizemos a busca para iniciar em unidades em que isso era possível, com recursos humanos, insumos e as doses disponíveis. Na Asa Norte, conseguimos antecipar cerca de 40 minutos o início da vacinação, assim que ocorreu a chegada das doses”, explicou Sanchez.
Adaptações: Alexandre Torres
Guará News