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MPDFT pega grupo e indicia por crime envolvendo contrato da Saúde

Segundo Gaeco, empresário pagou R$ 462 mil após fechar contrato com a Secretaria de Saúde para fornecimento de leitos hospitalares, em 2014

atualizado 08/07/2021 19:14

Adaptações: Alexandre Torres

Guará News

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), denunciou quatro pessoas no âmbito da Operação Alto Escalão, deflagrada nessa quarta-feira (7/7). Segundo a investigação, houve pagamento de propina, por meio de um falso contrato, para a compra de leitos hospitalares pela Secretaria de Saúde do DF, durante a gestão do ex-governador Agnelo Queiroz (PT).

Fabrício Andrade Carone e Ronaldo Pena Costa Júnior são acusados de pedirem ao empresário Wiliam Donisete de Paula, do Hospimetal, R$ 462 mil em propina para ajudá-lo em procedimento licitatório de compra de leitos hospitalares.

A solicitação de vantagem ilícita teria sido feita em um restaurante no Lago Sul, no dia 7 de agosto de 2014. Os investigadores apontaram que Fabrício e Ronaldo insinuaram que o valor seria destinado à campanha eleitoral de Agnelo para reeleição.

O Gaeco diz, na denúncia, que o pagamento se deu por meio de nota fiscal fria. Em meados de outubro de 2014, foi feito um falso contrato de publicidade e marketing entre o Instituto Brasília Para o Bem-Estar do Servidor (Ibesp) e a Hospimetal. Wiliam pagou R$ 231 mil para o Ibesp, em fevereiro de 2015, e R$ 230,9 mil, em julho do mesmo ano.

O contrato do Hospimetal com a Secretaria de Saúde foi formalizado em novembro de 2014, no valor de R$ 4,6 milhões. Ou seja, a suposta propina correspondia a 10% do contrato com o governo local.

Durante as buscas e apreensões, o MPDFT encontrou uma mala cheia de dinheiro na casa de uma investigada (foto em destaque).

O Gaeco denunciou Fabrício Andrade Carone, Ronaldo Pena Costa Júnior, Wiliam Donisete de Paula pelos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Luiz Carlos do Carmo foi acusado de cometer lavagem de dinheiro.

O MPDFT também pediu indenização mínima de R$ 1,6 milhão por reparação dos danos aos cofres do DF causados pelos atos criminosos.

Apesar de Agnelo Queiroz e o ex-secretário de Saúde Rafael Barbosa terem sido alvos da Operação Alto Escalão, segundo o Gaeco, até o momento, “não foram colhidos elementos mais substanciosos que revelem filiação desses investigados à solicitação de vantagem indevida que Fabrício e Ronaldo disseram e que Wiliam decidiu pagar”.

Em nota, a defesa do ex-chefe da Saúde se manifestou, dizendo que “apesar da midiática busca e apreensão realizada há um ano em desfavor de Rafael Barbosa, o ex-secretário de saúde do Distrito Federal não foi sequer denunciado em razão de não existirem mínimos indícios da prática de qualquer ato ilícito. Tal circunstância não surpreende a defesa e demonstra, mais uma vez, a desnecessidade da determinação das medidas cautelares pelo respeitável juízo da 1ª Vara Criminal de Brasília naquela oportunidade”.