Leila Barros critica demora do Conselho de Ética no caso de Chico Rodrigues
Congressista defendeu que o Senado avalie “de forma rápida” o caso do senador com dinheiro na cueca: “Cansados de assistir a casos bizarros”
ATUALIZADO 19/10/2020 14:49
“A demora do Conselho de Ética em analisar o caso do senador Chico Rodrigues é muito ruim para a imagem do Senado e da política brasileira. Não concordo com o excesso de decisões monocráticas do Poder Judiciário, mas os desdobramentos da Operação Desvid-19 exigem resposta rápida”, escreveu a parlamentar no microblog.
Ainda segundo a socialista, “os brasileiros estão cansados de assistir a casos bizarros da política brasileira passarem impunes. Defendo a manutenção do afastamento do senador e uma rápida análise do Senado a respeito do caso”.
“Terrorismo policial”
No domingo (18/10), a defesa do senador Chico Rodrigues afirmou que o parlamentar tem sido “linchado” por causa do “ato de terrorismo policial”.
Em nota publicada, os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso pontuaram que o dinheiro encontrado na casa do senador é lícito e que não há qualquer evidência de desvio.
“O dinheiro tem origem particular comprovada e se destinava ao pagamento dos funcionários de empresa da família do senador”, afirmou a defesa.
“Em 30 anos de vida pública, o senador nunca sofreu uma condenação, e agora está sendo linchado por ter guardado seu próprio dinheiro”, assinalaram.
“[Sobre colocar o dinheiro na cueca,] Foi uma reação impensada, de fato, mas tomada diante de um ato de terrorismo policial, sem que haja qualquer evidência de desvio em sua conduta”, prosseguiram.
Ex-vice-líder do governo Bolsonaro, Chico Rodrigues teria desviado pelo menos R$ 965,8 mil de recursos públicos destinados ao combate à Covid-19, segundo análise da Polícia Federal (PF).
Chico foi alvo de mandado de busca e apreensão na quarta-feira (16/10). A PF bateu à porta da casa do senador em busca de valores superiores a R$ 20 mil e encontrou dinheiro até na cueca do parlamentar.
Os potenciais desvios de recursos públicos deveriam ter sido aplicados no combate à pandemia do novo coronavírus, em Roraima, mas há indícios de fraudes e direcionamento de licitação no processo.
Para a PF, Chico Rodrigues faz parte do núcleo político da organização criminosa, que conta com a participação de uma empresa, além de funcionários e do então secretário de Saúde daquele estado.
No documento, os agentes da Polícia Federal descrevem que, além da quantia de dinheiro, “foram encontradas uma arma de fogo e munição de calibres diversos, sem registro, no armário do senador”.
Adaptações: Alexandre Torres
Guará News