Visitação gratuita neste sábado (6), no CCBB Brasília. Ao todo, são mais de 140 peças, incluindo uma múmia da 25ª dinastia egípcia.
Por Brenda Ortiz, G1 DF
Adaptações: Alexandre Torres
Guará News
Peças de sarcófagos egípcios da mostra Egito Antigo: do cotidiano à eternidade, no CCBB de Brasília — Foto: G1 DF
A partir deste sábado (6), o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) Brasília recebe a exposição “Egito Antigo: do cotidiano à eternidade”. A coleção já passou pelo Rio de Janeiro e por São Paulo, e foi eleita a melhor mostra internacional de 2020 pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
Na capital, a visitação é gratuita e fica aberta até o dia 25 de abril. No entanto, é preciso retirar o ingresso e agendar a visita pela internet.
O G1 foi à exposição, que conta com 140 peças que ajudam a entender a sociedade egípcia. Os itens vão de esculturas e pinturas, até uma múmia humana da 25ª dinastia.
Segundo o curador da mostra, Pieter Tjabbes, o principal objetivo é possibilitar um “entendimento qualificado” sobre a cultura egípcia. “Organizamos as obras em diversos recortes, diferentes instâncias, ultrapassando limites temporais e regionais”, completa.
Fragmento de parede da mostra Egito Antigo: do cotidiano à eternidade no CCBB de Brasília — Foto: G1 DF
Muitas peças da exposição são resultantes de escavações do século 19 e início do século 20, e todas são oriundas do Museu Egípcio de Turim (Museo Egizio), na Itália. Fundado em 1824, o espaço reúne cerca de 40 mil artefatos do Egito Antigo e possui a segunda maior coleção egiptológica do mundo – depois do Museu do Cairo.
Todos os locais da exposição têm climatização e iluminação especiais para a conservação dos objetos expostos. Segundo um dos organizadores do evento, o espaço onde está a múmia foi ambientado com as mesma características climáticas de um sarcófago.
Vida cotidiana, religião e eternidade
A exibição é dividida em três seções: vida cotidiana, religião e eternidade, que ilustram o cotidiano das pessoas do vale do Nilo, revelando características do politeísmo egípcio e as práticas funerárias daquele povo.
Cada seção apresenta um tipo particular de artefato arqueológico, contextualizado por meio de coloração e iluminação. As cores escolhidas são:
Amarelo – Vida cotidiana
Par de sandálias em exposição Egito Antigo: do cotidiano à eternidade, no CCBB de Brasília — Foto: G1 DF
O cotidiano dos egípcios é apresentado por meio de vídeos e fotografias do Nilo, de sítios arqueológicos, tumbas e objetos importantes. Os objetos expostos na seção, como adornos, artigos de higiene, pentes, frascos de cosméticos, sapatos e vestimenta, ajudam a entender aspectos como trabalho e saúde do antigo Egito.
Pente e colhe cosmética da exposição Egito Antigo: do cotidiano à eternidade, no CCBB de Brasília — Foto: G1 DF
Itens da exposição Egito Antigo: do cotidiano à eternidade, no CCBB de Brasília — Foto: G1 DF
Os níveis sociais em torno da cultura e das esferas administrativas e sacerdotais eram reservados a altos dignitários, que desfrutavam dos maiores privilégios, praticavam caça e pesca e cuidavam do corpo com óleos, pomadas, banhos e perfumes.
Verde – Religião
A segunda parte da exibição mostra um pouco da relação dos egípcios com o sagrado. A religião egípcia era politeísta, marcada por um grande número de divindades maiores e menores.
Caixão e múmia de peixe em Egito Antigo: do cotidiano à eternidade, no CCBB de Brasília — Foto: G1 DF
Múmias de gatos em exposição Egito Antigo: do cotidiano à eternidade, no CCBB de Brasília — Foto: G1 DF
Muitos deuses assumiam a forma animal, e espécies associadas a divindades específicas eram adoradas. Na seção verde, é possível ver algumas múmias de animais, como gatos e peixes.
Estátua mágica em exposição Egito Antigo: do cotidiano à eternidade, no CCBB de Brasília — Foto: G1 DF
Outro aspecto importante da religião era a magia, desde a vida cotidiana até os ritos funerários. A mostra também conta com estátuas mágicas, que eram usadas para cura de picadas de cobra e escorpião.
Azul – Tradições funerárias
Caixão em mostra Egito Antigo: do cotidiano à eternidade, no CCBB de Brasília — Foto: G1 DF
O terceiro espaço expõe peças relativas às tradições funerárias e à vida após a morte, como caixões, amuletos, e uma múmia da 25ª dinastia.
Múmia da 25ª dinastia em exposição Egito Antigo: do cotidiano à eternidade, no CCBB de Brasília — Foto: G1 DF
A mumificação era considerada uma proteção do corpo para continuar a vida após a morte. Essa função protetora era reforçada pela recitação de fórmulas mágicas, representando espíritos ou divindades particulares, e posicionando amuletos em pontos específicos da múmia.
Caixão na mostra Egito Antigo: do cotidiano à eternidade, no CCBB de Brasília — Foto: G1 DF
O objeto mais importante era o caixão, com a função principal de preservar o corpo. É possível ver modelos diferentes de caixões, que foram mudando ao longo dos séculos, tanto em forma quanto em decoração.
Interação
A mostra “Egito Antigo: do cotidiano” à eternidade também apresenta uma seção interativa, com um vídeo de reconstrução 3D de monumentos, baseado em dados reais, que permite aos visitantes percorrer lugares daquela época.
Reprodução de pirâmide na exposição Egito Antigo: do cotidiano à eternidade, no CCBB de Brasília — Foto: G1 DF
Segundo os organizadores, serão desenvolvidas atividades lúdicas. Os visitantes também poderão tirar selfies com a esfinge ou a pirâmide, atendendo todos os protocolos de segurança e respeitando o distanciamento social.
Haverá ainda uma réplica de escavação. A reconstrução de uma das salas de tumba da rainha Nefertari completa a visita à exposição.
Serviço
“Egito Antigo: do cotidiano à eternidade”
Data: de 6 de fevereiro a 25 de abril
Horário: 9h às 21h
Visitação gratuita, com necessidade de agendamento pela internet
Mostra segue os protocolos sanitários adotados pelo CCBB Brasília frente à pandemia da Covid-19.