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Crime cibernético. Golpistas usam cartão de Bolsonaro e gastam R$ 290 mil em farra no Chile

Golpistas usam cartão de Bolsonaro e gastam R$ 290 mil em farra no Chile

Além do presidente, dois dos filhos — Flávio e Carlos — foram vítimas e também tiveram os cartões de crédito usados na fraude

ARQUIVO PESSOAL

ATUALIZADO 15/07/2020 7:16

O presidente Jair Bolsonaro e dois dos filhos, o vereador no Rio de Janeiro Carlos e o senador Flávio, foram vítimas de uma fraude estimada em cerca de R$ 290 mil, envolvendo compras em seus cartões de crédito efetivadas na gigante do varejo chilena Falabella.com. O golpe aconteceu no início de junho, logo após hackers que se identificaram como pertencentes ao grupo Anonymous Brasil terem vazado dados pessoais do clã Bolsonaro, de aliados e de ministros.

O órgão de fiscalização fazendária da região Centro-Norte do Chile denunciou 26 pessoas pelas falcatruas. A assessoria de imprensa da instituição confirmou ao Metrópoles que abriu investigação para apurar o uso fraudulento de cartões da família Bolsonaro. Todos os denunciados são empregados ou membros de marcas vinculadas à rede de lojas Falabella.

Um alto executivo da Falabella afirmou à imprensa chilena que o golpe teria atingido o valor de 42 milhões de pesos chilenos, o que representa R$ 290 mil na conversão atual, e citou compras como celulares, roupas, um colchão e uma guitarra elétrica. Alegando sigilo, o órgão fiscalizador não confirmou os itens que foram comprados nos cartões de Carlos, Flávio e Jair Bolsonaro.

Na esfera administrativa, o caso foi remetido para a seção de alta complexidade do órgão de fiscalização do Chile. Também há uma ordem de investigação para que a Polícia Cibernética faça as apurações no âmbito criminal. As diligências já começaram.

Os envolvidos no crime cibernético que tem como vítimas o presidente brasileiro e os filhos dele responderão de acordo com nova norma do Código Penal Chileno. A lei de crimes que envolvem uso fraudulento de cartões foi modificada recentemente no país, com aumento das penas previstas.

A fraude teria sido praticada nos dias 2 e 3 de junho, após a entrada em vigor da nova regra. Com isso, se condenados, os denunciados podem receber penas que vão de 541 dias a cinco anos de prisão, além de multa equivalente ao triplo do valor fraudado.

Vazamento de dados

O grupo de hackers Anonymous Brasil divulgou em junho uma série de dados pessoais de Jair Bolsonaro, familiares e membros do governo. Entre as informações estavam números de cartões de crédito.

O próprio Bolsonaro informou que “medidas legais estão em andamento” para investigar o furto e divulgação dos dados, cuja autenticidade o presidente não negou, assim como um de seus filhos e também vítima do hackeamento, o deputado federal Eduardo Bolsonaro – esse último não foi vítima da fraude no Chile.

Os dados foram publicados no serviço Pastebin, que permite a colagem de trechos de documentos e códigos para acesso compartilhado, mas passou pouco mais de uma hora no ar. No Twitter, onde a informação foi compartilhada, a conta foi removida pela plataforma.

O ministro da Justiça, André Mendonça, determinou à Polícia Federal (PF) que investigasse o ciberataque no mesmo dia em que houve o vazamento.

A informação foi confirmada em rede social. “As investigações devem apurar crimes previstos no Código Penal, na Lei de Segurança Nacional e na Lei das Organizações Criminosas”, assinalou André Mendonça.

Metrópoles questionou o Planalto sobre as investigações acerca do episódio e se o presidente tomou ciência das compras envolvendo seus dados e de dois de seus filhos no Chile. Até o fechamento desta reportagem, a Presidência não havia se manifestado. A reportagem também aguarda resposta das assessorias de Carlos e Flávio Bolsonaro.

Adaptações: Alexandre Torres

Guará News