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Cobra Naja que picou estudante de veterinária, morador do Guará 2, é encontrada perto de shopping no DF

Por Afonso Ferreira e Isabella Melo, G1 DF e TV Globo

A cobra da espécie Naja que picou um estudante de medicina veterinária na terça-feira (7), em Brasília, foi encontrada no começo da noite desta quarta (8), perto de um shopping, no Lago Sul (veja vídeo acima). O local fica a 14 quilômetros de distância do prédio onde mora o jovem, na região do Guará.

O estudante, de 22 anos, permanece internado em estado grave em um hospital particular do Gama. A Polícia Civil e o Ibama investigam o tráfico de animais já que a Naja, uma das espécies mais venenosas do mundo, é nativa da África e da Ásia.

De acordo com o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), o animal foi encontrado no Setor de Clubes Esportivos Sul. Segundo o comandante do BPMA, major Elias Costa, a cobra estava em um local escuro, atrás de um monte de areia.

“O animal estava aparentemente bem. Nós não encontramos ele agressivo, demonstrava até parecer tranquilo.”

Criava serpente em casa

Cobra Naja que picou estudante de veterinária é encontrada perto de shopping no DF — Foto: BPMA-DF/Divulgação

Cobra Naja que picou estudante de veterinária é encontrada perto de shopping no DF — Foto: BPMA-DF/Divulgação

A Polícia Civil do Distrito Federal e o Ibama suspeitam que a Naja estivesse sendo criada, em casa, pelo estudante de veterinária. De acordo com a ocorrência registrada na Delegacia Especial de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes Contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema), um auditor fiscal do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) procurou a delegacia, nesta quarta, informando que não há registro de importação da serpente.

“Não foi encontrado registro do animal em nome do estudante, nos sistemas daquele órgão”, diz a ocorrência.

Durante a tarde, o Ibama esteve no endereço do estudante, no Guará. O órgão informou vai emitir uma multa, contra o criador ou o proprietário da casa onde o animal era mantido. O valor varia de R$ 500 a R$ 5 mil.

“A legislação permite apenas espécies não venenosas para esse fim”, explica o instituto.

Ibama em endereço do Guará no DF — Foto: Arquivo pessoal

Ibama em endereço do Guará no DF — Foto: Arquivo pessoal

O órgão disse ainda que fará uma consulta às instituições habilitadas quanto ao interesse em receber a cobra, como zoológicos e institutos de pesquisa.

Na delegacia do Meio Ambiente, um auditor do Instituto Brasília Ambiental disse que o estudante de veterinária mantinha uma página em uma rede social, com fotos e vídeos de algumas espécies de cobras. Mas, segundo o servidor público, “depois do ocorrido a página foi estranhamente apagada”.

Estudante em estado grave

O estudante de veterinária precisou ser medicado com um soro antiofídico que só foi encontrado no Instituto Butantan, em São Paulo. O Butantan informou que não produz e nem disponibiliza soro antiveneno para acidentes com Naja, uma vez que é uma espécie exótica, não pertencente à fauna brasileira.

“A instituição somente mantém um pequeno estoque em sua unidade hospitalar de atendimento para eventual acidente com pesquisadores que realizam estudos com o animal na instituição ]…]. Doses desta reserva foram enviadas para Brasília atendendo a uma solicitação em caráter emergencial”, explicou o Instituto Butantan.

Adaptações: Alexandre Torres

Guará News