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Vamos denunciar, preços abusivos em mercados em um momento difícil, tem que colaborar não extorquir

Procon notificou 530 farmácias e fará inspeção em estabelecimentos acusados de aumentar valores de itens como ovos, arroz, sabão e biscoito

mulher faz escolhe de produtos em pratilheira de supermercados

FELIPE MENEZES/ARQUIVO METRÓPOLES

Consumidores denunciam a cobrança de preços abusivos nos supermercados do Distrito Federal. Em plena crise do novo coronavírus, os valores do álcool em gel e máscaras dispararam nas farmácias, e 530 foram notificadas. Agora, o problema também foi detectado nos mercados.

Estabelecimentos estariam cobrando preços acima dos usuais para alimentos e produtos de higiene. Segundo relatos de diversos clientes, os preços de muitos itens dispararam nas prateleiras após o início da quarentena para conter a disseminação da Covid-19.

Em um supermercado da Asa Norte, a bandeja com 30 ovos estava sendo vendida por R$ 17,90 – antes custava em torno de R$ 10.

No mesmo bairro, outro estabelecimento passou a cobrar quase R$ 4 pela unidade do sabão – necessário para a prevenção do coronavírus –, anteriormente era negociada pela metade do valor.

Segundo decreto do Governo do DF (GDF), a alta de preços durante a crise do novo coronavírus será considerado abuso de poder econômico.

MATERIAL CEDIDO AO METRÓPOLES
Procon fará inspeção nos supermercados do DF atrás de preços abusivos
MATERIAL CEDIDO AO METRÓPOLESPacote de arroz vendido a R$ 19,99
Pacote de arroz vendido a R$ 19,99. Antes, custava por volta de R$ 14,00

Denúncias

Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor do DF (Procon-DF), fiscais preparam uma inspeção em todos os supermercados locais.

Até então, o foco estava nas farmácias. Na manhã dessa quinta-feira (26/03), o total de notificações de drogarias era de 480. Fiscais do Procon flagraram álcool em gel de 500 ml por R$ 49,90 e de 60 ml ao preço de R$ 16,00.

A população pode fazer denúncias enviando mensagens para fiscalizacao@procon.df.gov.br ou 151@procon.df.gov.br, ou pelo telefone 151, disponível entre 12h e 17h, de segunda a sexta. É importante deixar claro o produto e o nome do estabelecimento.

As sanções administrativas aplicáveis incluem multa, apreensão do produto, inutilização do item e cassação do registro do produto junto ao órgão competente.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Economia do DF (Corecon-DF) e professor Mercado Financeiro da Universidade de Brasília (UnB), César Bergo, há indícios de que os preços cobrados para os itens de limpeza e higiene estão acima do mercado. “A gente fica com a pulga atrás da orelha. Esse produtos começaram a sumir depois do coronavírus”, pontuou.

Sem repasse para consumidor

Procurada pelo Metrópoles, a Associação de Supermercados de Brasília (Asbra) condenou a prática abusiva contra os consumidores.

“Não é possível jogar com os preços agora. Este é um momento de crise, no qual o dinheiro fica mais escasso. Não é hora de repassar preço. A orientação é não mexer nas margens”, ressaltou o presidente da Asbra, Gilmar Pereira.

Leite e derivados

A Asbra identificou preços abusivos no leite e derivados, não apenas no DF, mas em todo o Brasil. Segundo Pereira, os valores aumentaram nos fornecedores. “Nossa cadeia compra e vende. Não fabricamos e não temos acesso aos custos de produção”, assinalou.

Nesse sentido, a associação formalizou denúncia na Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) para investigação. A Asbra recomendou que os supermercados não comprem produtos com preços inflacionados.

Adaptações: Alexandre Torres

Guará News