No endereço eletrônico, a pasta divulga os números oficiais de leitos de UTI. No entanto, desde as 11h, aparece o aviso “página em manutenção, aguarde alguns minutos”. Até a última atualização desta reportagem os dados não haviam sido disponibilizados.
A Secretaria de Saúde informou em nota, que os “dados estão sendo atualizados neste momento, por isso a mensagem de página em manutenção”.
Nesta segunda-feira (29), que os dados disponibilizados ao público pela Secretaria de Saúde divergem dos números apontados em relatórios internos do sistema de regulação dos leitos de UTI da pasta (veja vídeo abaixo).
Na manhã de segunda, relatórios internos da Secretaria de Saúde apontavam ocupação de 94%. Na mesma data, o GDF divulgava ocupação de 62%.
O relatório interno da Secretaria de Saúde, com os números acima do que é tornado público, foi encaminhado para juízes, promotores, procuradores e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que fazem parte do Comitê Executivo Distrital de Saúde. Gestores da secretaria também integram o grupo.
Documento interno da SES-DF sobre ocupação de leitos de UTI na capital — Foto: Reprodução
Criado em 2010, por orientação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o comitê existe em vários estados do país. A presidente da comissão de saúde da OAB, Alexandra Moreschi, foi uma das que receberam o relatório.
Alexandra participou de visitas a hospitais da capital federal e confirmou que existe uma diferença entre os dados divulgados pela SES-DF e a realidade. “A secretaria utiliza os dados das UTIs, inclusive as que não estão funcionando plenamente, como UTI funcionando plenamente”, disse à TV Globo.
“Muitas vezes é uma UTI em que está faltando material ou ela não está podendo ser utilizada por qualquer outro fator. E ela conta nessa contabilidade de UTI disponível.”
Adaptações: Alexandre Torres
Guará News
Em entrevista à TV Globo, o diretor do Complexo Regulador da SES-DF, Petrus Sanchez, confirmou que os dados divulgados no portal do GDF nem sempre refletem a realidade. O gestor afirma que os hospitais têm uma regulação interna, que nem sempre é repassada ao controle central.
“Por isso, os dados disponíveis no site não incluem as movimentações de leitos realizadas internamente na unidade de saúde. Ou seja, vagas que aparecem como disponíveis no portal podem, na realidade, estar ocupadas”, explicou.
100% de ocupação
Leitos de UTI no Distrito Federal — Foto: Breno Esaki/Agência Saúde
De acordo com o relatório, as vagas estavam todas ocupadas por volta de 1h. Posteriormente, foram liberados leitos no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Com isso, o monitoramento apontou, por volta das 7h, apenas três leitos disponíveis e 26 pessoas na fila de espera.
Questionados sobre as discrepâncias nos números de leitos, a Secretaria de Saúde informou que “repudia a informação de colapso na rede pública com relação aos leitos de UTI”. Veja a íntegra da nota:
“A Secretaria de Saúde repudia a informação de colapso na rede pública com relação aos leitos de UTI e com suporte de ventilação mecânica disponíveis para atendimento aos casos graves da Covid no DF.
Não há como fazer afirmação de colapso nos leitos pelo informe da Central de Regulação pois a mesma não regula todos os leitos disponibilizados porque são leitos de classificação diferenciada e que fazem parte de regulação específica de cada hospital. Portanto não procede essa interpretação feita pela reportagem.
A Secretaria tem neste momento 503 leitos disponibilizados para pacientes Covid e 187 reservados para novos casos.”
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Dados internos da Secretaria de Saúde apontam ocupação mais crítica de leitos de UTI