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Dezenas de feiras reabrem nesta quarta. Veja as regras para frequentar

DF: dezenas de feiras reabrem nesta quarta. Veja as regras para frequentar

Após três meses fechados, feiras livres e shoppings populares funcionarão de 9h às 17h, seguindo vários protocolos contra novo coronavírus

mulher limpando chãoRAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

ATUALIZADO 17/06/2020 7:29

Entra em vigor nesta quarta-feira (17/06) o decreto do Executivo que autoriza a reabertura de todas as feiras do Distrito Federal. Ao todo, são 43 feiras livres e três shoppings populares que se juntam às 38 feiras permanentes autorizadas a funcionar desde abril. Os estabelecimentos estarão abertos das 9h às 17h.

Para reabrir, após três meses de suspensão das atividades devido à pandemia do novo coronavírus, os administradores dos espaços precisam seguir várias orientações estabelecidas pelo Governo do Distrito Federal (GDF).

Entre as regras para a reabertura está a obrigatoriedade de garantir a distância mínima de dois metros entre as pessoas, fornecer álcool em gel aos frequentadores, medir a temperatura de quem for entrar nos estabelecimentos e afastar do trabalho funcionários que integrarem o grupo de risco da Covid-19.

Na Feira dos Importados, um dos principais centros de venda do DF, tudo já está pronto para o retorno do público (veja foto em destaque e na galeria abaixo). “Fizemos o treinamento de todos os nosso colaboradores, colocamos mais de 70 dispensers de álcool em gel e ainda colocamos um túnel de desinfecção na entrada”, conta Edilson Neves, vice-presidente da Cooperativa de Produção e de Compra em Comum dos Empreendedores da Feira dos Importados (Cooperfim).

Para garantir que todos os clientes que acessarem a feira tenham a temperatura aferida, apenas uma das 12 entradas do local ficará aberta. Outros dois portões funcionarão apenas como saída.

Prejuízos

A Feira dos Importados, no entanto, não voltará do mesmo jeito que estava antes da pandemia do novo coronavírus. Segundo Edilson, pelo menos 10% dos lojistas, o que corresponde a 200 do total de bancas, precisaram abandonar o espaço por falta de dinheiro. “São pessoas que pagam aluguel, fornecedor e as outras contas com aquilo que vende. Se para de girar, não tem como se manter”, diz.

Para Henry Pablo, 29, gerente da loja Sport Maya, localizada no interior da feira, o tempo fechado foi difícil, mas trouxe nova oportunidade: o comércio eletrônico. “A gente nunca tinha trabalhado com venda on-line e pretendemos manter isso mesmo após reabrirmos. Mexemos com artigos esportivos e muita gente nos procurou para comprar material e treinar em casa”, conta.

O mesmo não podem dizer os responsáveis pela loja de artigos eletrônicos Cinquenta e Um. Foram três meses praticamente parados e a reabertura é vista como possibilidade de voltar a vender. Os cuidados tomados são a aposta para chamar a clientela. “A gente se põe no lugar de quem vem, que quer segurança. Fizemos toda a limpeza da loja hoje [terça-feira] para ver se o movimento volta”, diz o vendedor Arthur de Souza, 20.

Feirantes queriam ter voltado antes

O dono da loja Interligados, Denilson Nunes, 38 anos, considera a situação atual crítica. O estabelecimento contava com 20 funcionários: 13 foram dispensados durante o trimestre de portas fechadas. Os sete restantes estavam com contrato suspenso. “Foram três meses em que as contas não pararam. O aluguel desse espaço de 20m x 10m é R$ 15 mil. Quem consegue se manter sem trabalhar?”, reclama.

Segundo ele, o ideal era que o funcionamento do espaço tivesse sido retomado em 27 de maio, ao mesmo tempo que os shoppings. “Demorou a sair essa decisão, mas chegou. O que a gente quer é trabalhar. Sabemos do risco, mas fome também mata”, avalia.

Apesar da tentativa de voltar antes, Robert Rodrigues, especialista em processo do trabalho, explica que o GDF tem várias justificativas para não considerar a Feira dos Importados um shopping e ter adiado a retomada das atividades. “Os corredores são muito mais estreitos, vários ambulantes ficam na porta e o controle de acesso, geralmente é mais difícil”, explica.

Outra diferença que o advogado do escritório Borba & Santos aponta é a dificuldade para testar os trabalhadores do lugar para a Covid-19. “Nos shoppings, as pessoas são contratadas, muitos na Feira dos Importados trabalham informalmente, o que dificultaria o controle que os shoppings estão fazendo”, argumenta.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do DF (DF Legal) informou que “fiscaliza semanalmente feiras por todo o DF, e inclusive aos fins-de-semana concentra nas de maior movimento como Importados e Feira dos Goianos, entre outras. A fiscalização continua ao longo da semana.”

A Secretaria Executiva das Cidades, por sua vez, afirmou estar trabalhando na atualização de todas as feiras livres existentes no DF e sua localização, visto que algumas foram extintas e outras são pontos de revenda de produtos orgânicos, com até cinco expositores. Assim, a Pasta está realizando mapeamento para melhor catalogar as unidades existentes no DF.

Adaptações: Alexandre Torres

Guará News