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Desemprego, isolamento e máscaras mudam comportamento dos brasilienses

Desemprego, isolamento e máscaras mudam comportamento dos brasilienses

Dados são de pesquisas de alunos de psicologia, que observaram moradores do DF ao longo da quarentena e mediram sensações em escala de 1 a 5

Pessoas usam máscaras nas ruas do DFHUGO BARRETO/METRÓPOLES

ATUALIZADO 24/05/2020 9:40

A pandemia causada pelo novo coronavírus não tem estimulado apenas as buscas por uma vacina contra a Covid-19 ou por um remédio eficaz no controle dos sintomas da doença. O comportamento das pessoas, em um cenário de isolamento social e com o uso de tecnologias pouco adotadas até então, também é campo de investigação científica – só que na área de psicologia.

Pensando nisso e impossibilitados de frequentar aulas presenciais, alunos de vários semestres da graduação em psicologia do Centro Universitário Iesb, sob a coordenação do professor Ricardo Vasquez Mota, analisaram as consequências das medidas de restrição adotadas no enfrentamento à pandemia sobre o comportamento do brasiliense.

Um dos trabalhos avaliou o medo. Um questionário com 26 perguntas foi elaborado visando computar o impacto desse sentimento nas pessoas durante a crise do coronavírus. “Às vezes, os indivíduos só pensam no lado bom de estarem em casa, protegidos do vírus. Mas há uma influência do isolamento social sobre o medo que não tem sido tão abordado”, explica o estudante Brenno Vitorino, 22 anos.

Ao todo, 223 pessoas responderam o questionário, divulgado em redes sociais. Observando que muitas pessoas têm passado por momentos de ansiedade, o grupo de estudos de Brenno decidiu entender algumas das principais preocupações dos brasilienses.

As maiores apreensões, quando consideradas as respostas abertas, são a possibilidade de contrair a doença e também de perder o emprego.

Nas questões fechadas, 96,9% dos entrevistados disseram ter medo de perder um familiar infectado pelo coronavírus. Em uma escala de 1 a 5, 63% dos entrevistados classificaram o medo com o cenário pandêmico com notas 4 ou 5, as mais altas disponíveis. “A gente viu muitas pessoas ansiosas ou sem saber o que estão sentindo direito”, aponta Brenno.

No total, 55% das pessoas classificaram com as duas notas mais altas o medo de ficar desempregada. O sentimento é justificado pelo fato de mais de 77% dos participantes da pesquisa conhecerem alguém que tenha passado por essa situação recentemente. O desemprego no DF atinge hoje 333 mil brasilienses, segundo a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).

Confira alguns dos dados: