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Ano Novo chinês: comunidade oriental no DF celebra com festa e comidas especiais

Por Carolina Cruz, G1 DF

Adaptações: Alexandre Torres

Guará News


Mestre Moo Shong Woo na Praça da Harmonia Tradicional, na Asa Norte  — Foto: Carolina Cruz/G1Mestre Moo Shong Woo na Praça da Harmonia Tradicional, na Asa Norte  — Foto: Carolina Cruz/G1

Mestre Moo Shong Woo na Praça da Harmonia Tradicional, na Asa Norte — Foto: Carolina Cruz/G1

Em terras brasilienses, a comunidade chinesa se encontra todos os anos, nesta data, para celebrar. Assim como na China, por aqui a festa também começa ainda na véspera.

Jantares costumam reunir famílias de descendentes chineses, com suas várias gerações. São convidados desde aqueles que estão na capital há décadas, até quem acabou de chegar. O guioza – uma espécie de pastel, que pode ser frito ou cozido, com recheio de carne de porco – não pode faltar.

Para o mestre de Taiji, Moo Shong Woo, conhecido como Mestre Woo, o ano que começa neste sábado será de prosperidade.

“O rato é um bicho esperto que simboliza um ano de oportunidades.”

Prato de comidas típicas chinesas, incluindo o guioza — Foto: Carolina Cruz/G1 Prato de comidas típicas chinesas, incluindo o guioza — Foto: Carolina Cruz/G1

Prato de comidas típicas chinesas, incluindo o guioza — Foto: Carolina Cruz/G1

Há mais de 40 anos, Mestre Woo transformou a entrequadra da 104/105 Norte em um espaço destinado à prática de Tai Chi Chuan e Being Tao. São exercícios que trabalham o equilíbrio, fortalecem o corpo melhoram a postura e a flexibilidade, conhecidos também como “meditação em movimento”.

Completando 89 anos de idade em 2020, o médico chinês, nascido em Taiwan, contou ao G1 que no país de origem a família dele comemorava o Ano Novo – que é um momento de reencontro – durante até 15 dias.

“O Ano Novo dos chineses é o momento de estar junto da família.”

Mestre Woo chegou ao Brasil em 1961 e logo veio para Brasília, ainda nos primeiros anos de vida da capital. Aqui, o filho dele seguiu os passos do pai.

Médico da rede pública do DF, Aristein Woo cresceu em Taguatinga e começou a dar aulas de Tai Chi Chuan aos 19 anos. Hoje, aos 49 anos, ele participa do projeto que leva o Tai Chi para os hospitais públicos.

Prática de Tai Chi Chuan na Praça da Harmonia Tradicional, na Asa Norte  — Foto: Carolina Cruz/G1 Prática de Tai Chi Chuan na Praça da Harmonia Tradicional, na Asa Norte  — Foto: Carolina Cruz/G1

Prática de Tai Chi Chuan na Praça da Harmonia Tradicional, na Asa Norte — Foto: Carolina Cruz/G1

O trabalho profissional com a prática, para ele, é um dos legados culturais que o acompanhou ao longo da vida.

“Eu tinha [durante a criação] todos os hábitos orientais: a alimentação [típica], os hábito diários de caminhar diariamente e as artes”, exemplifica.

Festa e gastronomia

Quem se une ao grupo que comemora o Ano Novo Chinês na capital é o casal que também nasceu em Taiwan, Salti Sun Chia Him e Beth Sun Tsai Tse Huei. Eles estavam no Rio de Janeiro, quando foram chamados para inaugurar um restaurante de comida chinesa no DF, há mais de 30 anos.

Beth diz que a comemoração “está muito diferente”, e lembra com carinho da história que a família lhe contava quando era criança.

“Diziam que a comemoração começou porque alguém falou que o último dia do ano ia ser também o último dia da vida. Então, todo mundo se preparava como se fosse o último, mas amanheciam todos bem e isso era uma felicidade”, explica.

Casal de chineses que moram em Brasília, Salti Sun Chia Him e Beth Sun Tsai Tse Hue — Foto: Carolina Cruz/G1

Casal de chineses que moram em Brasília, Salti Sun Chia Him e Beth Sun Tsai Tse Hue — Foto: Carolina Cruz/G1

Já Salti traz na memória a gastronomia. Ele explica que comer guioza faz parte da tradição porque essa espécie de pastel tem um formato semelhante a uma antiga moeda da China.

“Quem não tinha dinheiro, fazia o guioza para simbolizar a fartura. Por isso é tradição comer no Ano Novo”.”

Questionado sobre como a cultura chinesa está em sua vida, ele destaca a prática de Tai Chi Chuan. “Minha vida é cultivar corpo, mente e espírito junto”, conta.

Pequim cancelou festas por causa do coronavírus

Na China, a prefeitura de Pequim anunciou nesta quinta-feira (23) o cancelamento cerimônias previstas para o Ano Novo chinês. A medida foi tomada como uma proteção diante da epidemia provocada pelo coronavírus, que até esta sexta-feira (24) era responsável pela morte de 41 pessoas no país.

Por lá, o feriado e as festas começaram na sexta-feira e devem durar uma semana. Todos os anos, milhares de habitantes de Pequim se espalham por parques e espaços públicos para assistir aos tradicionais bailes do leão e do dragão.

Além da concentração na capital chinesa, milhões de viajantes aproveitam o feriado para visitar diversas partes do continente asiático e se encontrar com suas famílias, o que causa um dos maiores movimentos de pessoas do planeta em uma mesma época.

No ano passado, a estatal responsável pelos transportes ferroviários do país levou mais de 400 milhões de viajantes no período do Ano Novo lunar, segundo a agência de notícias Xinhua.

Programação em Brasília

A comemoração do Ano Novo Chinês aberta ao público, em Brasília, será no dia 7 de fevereiro na Praça da Harmonia Universal. Veja a programação:

  • 8h às 9h – Aula de Tai Chi Chuan
  • 9h às 10h – Café compartilhado e Roda de Saberes
  • 10h às 11h30 – Demonstraçoes de Tai Chi Chuan e Kung Fu
  • Endereço: entrequadra 104/105 Norte
  • De graça